JMJ 2023: Tapetes coloridos aguardam o Papa para cerimónia de acolhimento

Flores, sal e cascas de pinheiro foram os materiais usados para dar a conhecer as tradições

Lisboa, 03 ago 2023 (Ecclesia) – A tradição dos tapetes coloridos chegou a Lisboa para a cerimónia de acolhimento do Papa, esta quinta-feira, numa construção “feita durante a noite”, com “flores, sal e cascas de pinheiro”.

Cláudio Rodrigues, autor do desenho e organização da cidade de Viseu, destaca a novidade do material usado no tapete. 

“Queríamos um material que fosse biodegradável, que pudéssemos voltar a reutilizar, temos uma base de serapilheira e usámos cascas de pinheiro, pintada previamente e, neste caso, o desenho é a ideia de Maria, de braços abertos que acolhe a juventude e o Papa”, afirmou. 

A tradição vinda de Viseu “não é muito antiga” mas chegou à capital portuguesa por “causa das festas religiosas onde os tapetes de flores apareceram há cerca de 20 anos”. 

“Esta passadeira traz-nos jovens, de vários quadrantes e de várias nacionalidades, é um momento de congregação e entrega, faz-nos sentir mais jovens e presentes”, reforça o entrevistado. 

Do Sardoal chega a tradição dos tapetes de flores que “evoca a tradição da Semana Santa” nas várias capelas e igrejas. 

“A tradição é muito antiga, diz-se que foi durante uma visita da Rainha D. Leonor e que a brindaram desta forma, nas últimas décadas a tradição tem vindo a reavivar-se com estes tapetes que passa de geração em geração”, explica Miguel Borges, presidente da Câmara do Sardoal. 

O autarca adiantou que se organizaram em quatro áreas de trabalho e que o tapete de flores conta com “uma linha de design e motivos mais tradicionais”, com desenhos estilizados e figuras geométricas que levam uma cruz ao centro”, a exemplo do que fazem no Sardoal. 

A elaboração dos tapetes iniciou esta quarta-feira à noite e neste dia esperam “ir borrifando as flores para que não percam a cor” e se mantenham até ao início da cerimónia. 

“É um momento único na nossa vida, os que estamos aqui nunca vivemos nada parecido, esta jornada de dimensão mundial, é uma oportunidade única de estar com gente de tantos países”, referiu Miguel Borges.

Também de Vila do Conde chegou uma equipa para elaborar o tapete de flores e trazem “grande orgulho e satisfação”.  
Nuno Alvão, coordenador do grupo de Vila do Conde, recorda a tradição que “acontece na altura do Corpo de Deus, de quatro em quatro anos” e a Lisboa trouxeram a imagem de Maria, tendo como mote o lema da JMJ, “Maria levantou-se e partiu apressadamente”.

“Nestes tapetes quisemos pôr a imagem de Maria e aqui sabemos que os novos aprendem com os antigos, estes gostam e têm o brio de fazer os tapetes e incutem isso nos mais novos que seguem as pisadas dos pais e avós”, descreve.

Foto: JMJ Lisboa 2023/Ana Costa

João Chavarria, responsável do grupo de Viana do Castelo, adiantou que o tapete elaborado “representa os bordados de Viana”. 

“Utilizamos só sal, desde 1968 que fazem tapetes de sal em Viana, juntamos sal com anelinas e vamos buscar as coisas que quisermos”, explica.

Para o grupo de oito pessoas vindas do Minho é “um prazer enorme” estar ali e, na elaboração do tapete, juntaram-se padres e peregrinos para ajuda. 

“Viemos oito elementos, mas depois aparecera, padres e peregrinos de Viana e juntaram-se a nós para nos ajudar, sem nada estar combinado”, afirma.

O responsável recordou ainda que na diocese, na semana antes, foi possível dar esta experiência aos peregrinos, “onde forma convidados a fazer a bandeira do seu país, em tapete de sal”. 

A Jornada Mundial da Juventude, que Portugal recebe pela primeira vez, é um encontro internacional de jovens promovido pela Igreja Católica, que reúne centenas de milhares de participantes durante cerca de uma semana, em iniciativas religiosas e culturais, sob a presidência do Papa.

Até hoje houve 14 edições internacionais da JMJ – que decorrem de forma alternada com uma celebração anual em cada diocese católica: Roma (1986), Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

JMJ/SN

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