Cruz dos Jovens e Ícone mariano deixam rasto de entusiasmo e mobilização nas comunidades católicas
Porto, 31 out 2022 (Ecclesia) – O bispo do Porto manifestou a sua satisfação pelo impacto da peregrinação dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que percorreram o território diocesano de 1 a 30 de outubro.
“A primeira etapa está ganha, porque muitas pessoas ouviram falar da Jornada. Agora, certamente, vão interrogar-se, mas é um trabalho que passou apenas por uma etapa, faltam todas as outras”, disse D. Manuel Linda à Agência ECCLESIA.
O responsável católico presidiu este domingo à Missa no Seminário do Bom Pastor, em Ermesinde, com a participação de centenas de pessoas, e mostra-se otimista para o trabalho que é preciso fazer até agosto de 2023.
“Com este calor humano, com esta determinação dos agentes de pastoral e, fundamentalmente, dos jovens, isto vai”, refere.
O bispo do Porto assume a intenção de, com a ajuda do Comité Organizador Diocesano, promover novas ações, para “manter a chama viva, acesa”.
Outra prioridade é preparar o acolhimento dos que vão estar no Porto, na semana anterior à JMJ 2023, para os chamados ‘Dias nas Dioceses’, e proporcionar aos participantes uma “experiência de Igreja”.
“Nota-se que há muita vontade de acolher, nas famílias. Isto é significativo, é belo”, indica D. Manuel Linda.
Antes da Missa no Seminário do Bom Pastor – no início da Semana de Oração pelos Seminários -, os símbolos permaneceram na Igreja do Coração de Jesus, em Ermesinde, onde estão os restos mortais da Beata Maria Droste (1863-1899), patrona escolhida para acompanhar os jovens do Porto, na caminhada até Jornada Mundial da Juventude
Nazaré Jardim, das Irmãs do Bom Pastor, acolheu os símbolos na noite de sábado para domingo: “Sentimos que foi um privilégio para nós, ter aqui estes momentos fortes de oração, da presença dos jovens, do seu envolvimento”, relatou.
Para a religiosa, a Beata Maria Droste apresenta a todas as gerações o seu carisma particular de “misericórdia”, sobretudo junto das mulheres mais frágeis.
No percurso entre a Igreja do Coração de Jesus e o Seminário diocesano, o cortejo parou no Santuário de Santa Rita de Cássia, onde D Manuel Linda concedeu a bênção com uma relíquia de São João Paulo II, que criou a JMJ.
Jorge Costa, do Comité Organizador Paroquial (COP) de Ermesinde, disse à Agência ECCLESIA que a adesão dos jovens à celebração dominical “superou as expectativas”, representando um “momento de união paroquial”. O responsável espera que este seja “o impulso que faltava” para levar todos à JMJ 2023. O programa teve a participação de grupos de motards e os bombos da Associação Académica de Ermesinde, que animaram o percurso pelas ruas da localidade. Os vários grupos da paróquia uniram-se numa estrutura única, o ‘Ermesinde Vai’, para a participação no encontro internacional da Lisboa, desenvolvendo atividades desde outubro de 2021. Filipa Almeida, catequista e membro do COP local, elogia a opção por “trabalhar unidos”, em Igreja, na preparação da próxima Jornada, que procura envolver todos, “desde os mais pequeninos aos jovens”. Joana Silva, da paróquia de São Miguel (Bairros, Castelo de Paiva), falou do impacto da passagem dos símbolos da JMJ pela sua comunidade, como um momento de afirmação das novas gerações católicas. “Estamos a ter este privilégio, a nível nacional, de poder viver toda a preparação da JMJ”, observa, convidando à mobilização na organização dos ‘Dias nas Dioceses’, que antecedem o encontro de Lisboa. Mariana Silva, da mesma paróquia, admite que algo ficou “diferente” após a receção da Cruz peregrina e do Ícone mariano. “É algo que acontece uma vez na vida, é um momento único”, reforça. Soraia Seabra, de Castelo de Paiva, esteve presente “em todas as etapas” da passagem dos símbolos da sua paróquia, durante dois dias, e assume já a saudade, com encontro marcado no horizonte. “Daqui a um ano vamos estar todos juntos, em Lisboa, com os símbolos e jovens de todo o mundo. Isso é o mais importante”, declara. |
Os símbolos chegaram pelo Rio Douro, a 1 de outubro, e durante todo o mês percorreu as comunidades católicas da Diocese do Porto.
O diretor do Secretariado da Pastoral Juvenil do Porto, padre Jorge Nunes, afirmou que a diocese conseguiu “corresponder na sua plenitude” ao desafio lançado.
“Os jovens do Porto são assim”, assume, com satisfação, considerando que este dinamismo “não irá arrefecer”.
O padre Manuel Fernando, assessor da Pastoral da Juventude na Vigararia de Valongo, fez uma avaliação positiva do percurso destas últimas semanas, que mostraram a “disponibilidade, a alegria” da juventude.
“Temos muito potencial, há gente que é preciso despertar, e os símbolos vieram trazer isso”, sustenta, apontando ao futuro com “grande esperança”.
O sacerdote considera que a peregrinação aconteceu “na altura certa”, após o impacto da pandemia, elogiando a criatividade dos jovens, “sempre mais à frente”.
A peregrinação na Diocese do Porto encerrou-se na última noite, no Parque de Nossa Senhora dos Milagres, São João da Madeira, num programa que incluiu um festival musical com bandas convidadas.
Os símbolos da JMJ ficaram na Capela Nossa Senhora dos Milagres e seguiram esta manhã até ao Santuário de Fátima, onde foram entregues à Diocese de Setúbal, que acolhe a 13ª etapa desta passagem da Cruz e do Ícone mariano por Portugal.
HM/OC
Porto: Moldura jovem acolheu símbolos da Jornada Mundial da Juventude (c/fotos)