«Quisemos privilegiar a dimensão do encontro e a partilha das várias áreas» – Padre Filipe Diniz
Leiria, 02 fev 20223 (Ecclesia) – A coordenação dos ‘Dias nas Dioceses’ (DND), de 26 a 31 de julho, antecedendo JMJ Lisboa 2023, e os responsáveis diocesanos reuniram-se no Seminário de Leiria, a seis meses de receber milhares de jovens, de norte a sul do país.
“Quisemos privilegiar a dimensão do encontro e a partilha das várias áreas que dizem respeito aos ‘Dias nas Dioceses’ – da coordenação, das inscrições e alojamento, da programação e da comunicação. Através dessa partilha vamos sentindo esta comunhão nas dioceses”, disse hoje o padre Filipe Diniz, responsável nacional pelos DND, em declarações à Agência ECCLESIA
O diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ) explica que “é bom construir juntos e caminhar juntos”, como temos vindo a fazer, principalmente quando estão “quase, quase a chegar a um momento tão importante” que é o acolhimento dos peregrinos para os ‘Dias nas Dioceses’.
D. Nuno Almeida, da Comissão Episcopal Laicado e Família dos bispos de Portugal, destacou que “o caminho que está a ser feito vai sendo cada vez mais nutriente”, incentivou ao “caminho essencial” e que se “reforcem mais os laços das diversas equipas”.
“Os jovens quando vierem à JMJ se encontrem com Cristo vivo, ressuscitado, que seja de facto uma experiência benévola”, acrescentou o bispo auxiliar da Arquidiocese de Braga, no início da reunião, a 28 de janeiro, onde destacou a importância da oração, nomeadamente de rezar a oração da JMJ Lisboa 2023.
Conscientes de tudo o que vai ser a jornada, o que vai permanecer recebemos como graça, como dom, vem do alto. Mas que se torna trabalho, projeto, tem que depois também assentar na terra, na vida concreta de cada diocese. No fundo ‘ora et labora’, é importantíssimo começar com o coração, temos essa consciência: tudo o que recebemos, tudo depende de Deus e tudo depende de nós também, do nosso empenho, da nossa dedicação” – D. Nuno Almeida.
O padre Filipe Diniz explica que estes encontros gerais entre a coordenação dos ‘Dias nas Dioceses’ e as equipas dos 17 Comités Organizadores Diocesanos se têm realizado a cada três meses, presencialmente e online, para “através da dimensão do encontro e da partilha fazer este caminho”.
Segundo a coordenadora do Comité Organizador Diocesano (COD) da Guarda, estes encontros nacionais com todos os COD “são fundamentais”, apesar da diversidade Portugal é “um país pequeno e, por isso, também com muitas coisas que unem e tornam únicos”.
“Estes encontros permitem-nos principalmente criar laços e partilhar ideias e preocupações. É uma relação de amizade, cumplicidade e partilha que não fica na preparação dos DnD mas que levamos, no nosso coração, para a Vida”, disse Sandra Soares à Agência ECCLESIA.
Para a responsável da diocese vizinha de Portalegre-Castelo Branco, a irmã Fernanda Luz, a partilha de “experiências e conhecimentos, o ambiente fraterno” que vivem nestes encontros, e a segurança que a direção dos DND vão dando, “ajuda a afinar critérios e programas e, sobretudo torna mais real a sinodalidade desta Igreja portuguesa”.
Os ‘Dias nas Dioceses’, a semana que antecede a edição internacional da JMJ na capital portuguesa, vão realizar-se em 17 dioceses: Algarve, Angra, Aveiro, Beja, Braga, Bragança-Miranda, Coimbra, Évora, Funchal, Guarda, Lamego, Leiria-Fátima, Portalegre-Castelo Branco, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.
Durante seis dias, os participantes dos “Dias nas Dioceses” vão conhecer a Igreja local, com as suas especificidades, as pessoas e a região, os 17 Comités Organizadores Diocesanos estão a preparar um programa assente em cinco pilares: Acolhimento, descoberta, missão, cultura e envio.
A irmã Fernanda Luz, do COD de Portalegre-Castelo Branco, adianta que à partida estão confirmados quatro grupos de França, um da Noruega, do Brasil, de Itália, das Ilhas Maurícias, do Bangladesh e do Gabão, mas há “grupos sem resposta definitiva”. “O nosso programa está elaborado e já foi enviado aos grupos estrangeiros. Estamos certos de viver uma linda experiência de missão e comunhão”, explicou à Agência ECCLESIA. Segundo esta responsável, têm existido uma “boa caminhada” dos cinco arciprestados da diocese, “os párocos estão sensibilizados, há famílias disponíveis ao acolhimento, mas ainda há receios por falta de experiência”. “Pensamos que, conhecendo os representantes dos peregrinos, que virão em breve, será mais fácil a abertura das famílias e do meio. A Sociedade Civil, em especial as autarquias, forças Sociais, educativas e de segurança, já sensibilizadas pela ‘Peregrinação dos Símbolos’, também mostram a sua disponibilidade em colaborar, mesmo que com restrições devidas à situação financeira”, desenvolveu a coordenadora do COD de Portalegre-Castelo Branco. |
A seis meses dos ‘DnD’, Sandra Soares refere que a “grande preocupação” é terem uma “rede coesa entre os cinco COA e os dois COP” da Diocese da Guarda.
“É extremamente importante que se fale a uma só voz, o que exige que a coordenação seja o mais cuidadosa possível. Outra grande preocupação é preparar um programa que inclua os cinco pilares – acolhimento, descoberta, missão, cultura e envio -, com momentos comuns para que toda a diocese se encontre, mas dar a liberdade aos COA/COP para adaptarem esse programa à sua realidade, de modo a potencializarem o que de melhor têm para oferecer aos peregrinos”.
A coordenadora do COD Guarda adianta que querem que “um dos grandes encontros” seja no dia de chegada dos peregrinos, o acolhimento na fronteira de Vilar Formoso e “uma festa de boas-vindas na cidade da Guarda, depois uma Festa das Nações, na Serra da Estrela, e também na despedida “antes da partida para Lisboa”.
“Neste momento, são cerca de 700 peregrinos provenientes de diferentes continentes. A título de exemplo, destaco os que vêm da Europa, os mais distantes da Lituânia e os mais próximos de França, mas também da Polónia e dos Países Baixos; da América do Sul, como é o caso dos grupos já confirmados do Brasil e da Colômbia; dos Estados Unidos da América, um grupo, confirmado, do Michigan; e também de África, um grande grupo de Moçambique”, exemplificou Sandra Soares.
CB/OC