Cardeal-patriarca espera mais de um milhão de jovens
Cidade do Panamá, 27 jan 2019 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa disse hoje no Panamá que espera entre 1 a 2 de milhões de jovens, no verão de 2022, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), na zona do Parque Tejo.
D. Manuel Clemente falava aos jornalistas após o anúncio, feito pelo Vaticano, de que a capital portuguesa vai acolher a próxima edição internacional da JMJ, maior evento juvenil organizado pela Igreja católica.
Em conferência de imprensa, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) adiantou que o local “mais que provável” para os eventos conclusivos da JMJ 2022 será a margem norte do Rio Tejo, junto ao Mar da Palha, que evoca o “Mar da Galileia”, por onde Jesus andou.
“Até é uma imagem bíblica, melhor não poderia ser”, assinalou o patriarca.
O cardeal recordou a proximidade com o espaço da Expo 98, “num amplo terreno, um sítio lindíssimo”, com vias de comunicação “ferroviárias e rodoviárias”.
“Como território, melhor não podia ser, é uma ótima escolha”, sustentou.
O espaço estende-se para lá do Rio Trancão, já na Câmara de Loures, cujo presidente, Bernardino Soares, disse à Lusa que tem mantido conversações com a autarquia lisboeta e com a Igreja.
Já o presidente do município de Lisboa, Fernando Medina, disse no Panamá que vão ser desenvolvidas “as estruturas necessárias”, requalificando o espaço.
O autarca admitiu que um evento com “densidade, a importância e o número de pessoas” da JMJ vai implicar “outros pontos” de reunião e acompanhamento dos peregrinos, nas semanas anteriores, com “mobilização da área metropolitana”.
“Podemos pensar na organização das jornadas como vários pontos onde existem eventos” e momentos de “concentração” no seu final, precisou.
“Vamos ter tempo para estudar, para debater. Acima de tudo para mobilizar”, prosseguiu.
Questionado sobre a eventual dimensão inter-religiosa da JMJ 2022, D. Manuel Clemente começou por referir que atualmente existem as “melhores relações” com as grandes confissões religiosas presentes em Lisboa.
“A cidade é uma cidade de todos para todos”, observou.
O cardeal-patriarca precisou que esta candidatura foi apresentada ao Papa Francisco “há cerca de um ano” e corresponde a um desejo que já vem “de há muitos anos”.
“É uma aspiração, podemos dizer, das nossas 20 dioceses de Portugal”, disse.
O presidente da CEP destacou também a vontade de ligação aos países africanos de língua portuguesa e à população africana que vive em Portugal.
“Vamos incentivar a participação da lusofonia do mundo inteiro”, adiantou.
O padre Alexandre Mello, secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida (Santa Sé) saudou, por sua vez, a “generosidade” do Patriarcado de Lisboa para “acolher este desafio”, assinalando que ainda faltam acertar alguns “detalhes”, como a data.
“A partir da avaliação do Panamá, vamos aprender muita coisa”, acrescentou.
O Vaticano anunciou hoje que a edição internacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em 2022 vai ser acolhida por Portugal, na cidade de Lisboa.
“A próxima Jornada Mundial da Juventude vai decorrer em Portugal”, disse o cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida (Santa Sé), na Missa de Envio e encerramento da JMJ 2019 no Panamá, presidida pelo Papa Francisco.
O primeiro-ministro português, António Costa, reagiu ao anúncio, afirmando que o Governo dará “todo o apoio” para garantir o sucesso das JMJ 2022, que classificou como “evento extraordinário”.
“Conforme oportunamente transmitido ao Presidente da Câmara de Lisboa e ao Cardeal Patriarca D. Manuel Clemente, o Governo assegura todo o apoio que seja necessário para garantir o sucesso deste evento extraordinário para crentes e não crentes”, sublinhou o chefe do executivo, numa mensagem colocada na sua conta oficial na rede Twitter.
OC