Organização já escolheu vencedores dos concursos para o hino e «logo» da edição de Lisboa
Fátima, 05 mar 2020 (Ecclesia) – O coordenador-geral para o setor logístico-operativo da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2022, em Lisboa, anunciou hoje que a entrega dos símbolos desta iniciativa da Igreja Católica foi adiada para 22 de novembro.
“A entrega dos símbolos, a transição de Panamá para Portugal, vai acontecer no fim de semana de 22 de novembro, quando acontece a solenidade de Cristo-Rei, de maneira que, até lá, se Deus quiser, a situação internacional de saúde pública possa estar estabilizada”, explicou D. Américo Aguiar aos jornalistas, em Fátima, onde participou na abertura dos Workshops Internacionais de Turismo Religioso (WITR/IWRT).
A cerimónia de passagem dos símbolos da JMJ do Panamá, que acolheu a edição de 2019, para Portugal estava prevista para o próximo dia 5 de abril (Domingo de Ramos), no Vaticano.
O adiamento, provocado pela epidemia do novo coronavírus, segue-se à decisão o Vaticano de remeter para nova data um encontro do Dicastério para os Leigos, Família e Vida (Santa Sé) com comitivas da Pastoral Juvenil de todo o mundo, numa medida de “precaução”, por recomendação das autoridades sanitárias da Itália.
D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa, diz a delegação portuguesa terá “mais de mil jovens”, para estar com o Papa Francisco num momento de “festa”.
A Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, símbolos da JMJ, foram entregues pelo Papa João Paulo II aos jovens em abril de 1984 e marcaram o início de uma peregrinação da juventude de todo o mundo; antes da edição internacional de 2022, irão passar por todas as dioceses portuguesas e vários países lusófonos.
Para o coordenador-geral para o setor logístico-operativo, a preparação deste evento representa um “um processo de aprendizagem”, com o apoio do Panamá e do Vaticano.
“Estamos a dar passos devagar e certo, com o pé sempre no chão, para que a experiência dos jovens que venham a Portugal no verão de 2022 seja uma experiência positiva”, indicou.
D. Américo Aguiar sublinhou que esta iniciativa da Igreja Católica tem um forte impacto económico, realçando que muitos dos participantes “vêm uma semana antes ou ficam uma semana, depois”.
Estamos a falar da presença em Portugal de centenas de milhares de jovens, durante três semanas seguidas, com o que isso significa de festa, de alegria, de testemunho de esperança, mas também da circulação económica, da hotelaria, da alimentação”.
O responsável católico admitiu que a presença de centenas de milhares de pessoas em diversos locais “tem inconvenientes”, mas também contrapartidas positivas, referindo, como exemplo, que mais de 90% dos jovens que participaram na edição de Madrid da JMJ, em 2011, manifestaram a intenção de voltar a Espanha.
“Queremos transformar estes jovens em embaixadores de Portugal no mundo inteiro, para que regressem com as suas famílias e conheçam ainda melhor o nosso país”, apontou.
Antes da concentração em Lisboa, à imagem do que tem acontecido nas últimas edições internacionais da JMJ, decorrem as pré-jornadas, ou “dias nas dioceses”, com as quais se pretende oferecer uma “experiência do Portugal profundo”, sob coordenação do Comité Organizador Diocesano.
Em Fátima, o responsável anunciou que já foram escolhidos os vencedores dos concursos do “logo” e do hino da Jornada da JMJ 2022, os quais estão a “ultimar as propostas”, em articulação com as indicações que chegam do Vaticano, como aconteceu nas jornadas anteriores.
Na competição internacional que escolheu o símbolo gráfico do evento participaram mais de 500 candidatos, provenientes de 30 países dos cinco continentes; para o concurso que escolheu a canção oficial da JMJ, aberto apenas a portugueses, o Comité Organizador Local validou 85 candidaturas. “Serão as duas marcas mais fortes daquilo que é a preparação da Jornada Mundial da Juventude e queremos que tenha uma marca profundamente ‘.pt’, portuguesa”, indicou D. Américo Aguiar. |
O bispo auxiliar de Lisboa foi questionado sobre o papel de Fátima e de Santiago de Compostela (Espanha) na programação da jornada, apontando que estão a ser previstas medidas para evitar concentrações inesperadas de jovens.
“A organização tem a preocupação de criar datas, horários e transportes”, explicou.
Para D. Américo Aguiar, mais do que bater recordes de participação, “o essencial é criar condições de participação para que os jovens tenham uma experiência positiva” na primeira peregrinação intercontinental da JMJ a acontecer em solo português.
“Será uma festa para toda a gente”, realçou.
O coordenador assumiu a intenção de “antecipar o máximo possível” a abertura das inscrições – uma lista que é encabeçada pelo próprio Papa -, sendo necessário definir o valor que vai ser pedido aos participantes.
“Não queremos ganhar dinheiro, queremos que o valor corresponda o mais exatamente possível àquilo que serão os custos com o acolhimento dos jovens em Portugal”, explicou o bispo auxiliar de Lisboa.
A próxima edição internacional da Jornada Mundial da Juventude vai decorrer em Portugal, no verão de 2022, e tem por tema ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’.
SN/OC
As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
Cada JMJ realiza-se, anualmente, a nível local (diocesano) no Domingo de Ramos, alternando com um encontro internacional a cada dois ou três anos, numa grande cidade. As edições internacionais destas jornadas promovidas pela Igreja Católica são um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana. |
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