JMJ 2011: Foi bom mas é preciso mais

Secretário-geral do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, o padre português Duarte da Cunha, sublinha que entusiasmo deve converter-se em compromisso

Lisboa, 03 set 2011 (Ecclesia) – O secretário-geral do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, o padre português Duarte da Cunha, considera que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) foi positiva mas é insuficiente para mudar a Igreja Católica.

O encontro não resolve todos os problemas dos jovens nem os da Igreja” mas constitui um “impulso” importante para a evangelização da Europa, escreve o sacerdote em texto publicado pela agência SIR, acrescentando que a jornada realizada em Madrid de 16 a 21 de agosto comprova a vitalidade das posições da Igreja.

“Perante numerosas dificuldades sociais, económicas, culturais, afetivas e espirituais experimentadas pelos jovens, a JMJ prova que estão errados aqueles que consideram a Igreja como uma realidade pertencente ao passado, aqueles que veem o discurso da Igreja como ultrapassado e incapaz de chegar à juventude”, assinala.

A Jornada, que decorreu sob o lema ‘Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé”, provou que a contribuição dos católicos para o mundo “envolve homens e mulheres contemporâneos, bem como homens e mulheres do amanhã”, aponta o padre Duarte da Cunha.

Após o encontro é necessário “manter vivas as palavras” do Papa Bento XVI e convertê-las em “carne e sangue nas vidas quotidianas dos jovens”, num dinamismo que transforme famílias e sociedade, refere o sacerdote, para quem são necessários “momentos especiais” mas depois é necessário saber voltar a uma “vida normal”.

O responsável alerta para as “falsas esperanças” suscitadas pelas centenas de milhares de jovens reunidos na capital espanhola, afirmando que são uma “minoria” numa sociedade “onde a maior parte das pessoas” não está “aparentemente” interessada na religião.

A “procura espiritual” dos participantes, entre os quais mais de 12 mil portugueses, foi “evidente”: a “grande maioria” dos jovens foi à 26.ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ) motivada por um “verdadeiro encontro pessoal com Jesus na sua Igreja”.

Para o padre Duarte da Cunha, este desejo foi “claramente” apreendido “por bispos e padres nas confissões e catequeses ou nas missas”, mas agora é preciso que o “entusiasmo” vença as “dificuldades”, dado que a “missão é urgente”.

O diálogo “exigente” mas “autêntico” entre o Papa e os jovens “contradiz as propostas pastorais segundo as quais a Igreja deveria mudar o seu código ético e ‘seguir’ os tempos’ para ‘atrair’ os mais novos, indica o sacerdote.

RM

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