Padre José Frazão Correia destaca «projeto cristão que se expõe ao encontro e ao diálogo»
Lisboa, 12 set 2022 (Ecclesia) – O diretor da revista ‘Brotéria’, da Companhia de Jesus em Portugal, afirma que “é como presença humana” que se procura realizar, “com pessoas concretas e realidades particulares”, numa edição especial pelos 120 anos da publicação que comemoram este mês.
“É como presença humana que, antes de mais, a Brotéria procura realizar-se. É com pessoas concretas e realidades particulares, a partir da humanidade real, das suas buscas, linguagens e realizações, que cultiva a densidade espiritual”, escreve o padre José Frazão Correia, no editorial da publicação enviado à Agência ECCLESIA.
Neste contexto, em ‘Favorecer encontros, implicar-se no diálogo’, o diretor da ‘Brotéria’ acrescenta que, depois, continua, a fazer seu o “compromisso com o estudo paciente, o pensamento honesto, sem ceder demasiado à vertigem do tempo”, o discernimento crítico dos movimentos de vida e de morte que assinalam a humanidade comum.
“Deseja a disponibilidade para a liberdade do espírito profético que seja capaz, não só de compreender e de denunciar o mal, mas de pressentir o bem, não só o maior, mas o possível, e de conspirar promessas de futuro, dispondo-se a assumir o custo de tal tensão”, desenvolve.
A revista ‘Brotéria’ dos Jesuítas comemora, neste mês de setembro, 120 anos, e o espaço cultural, com o mesmo nome, no Bairro Alto, em Lisboa, preparou uma programação especial para os dias 15, 16 e 17.
Na edição especial relembram ‘Cartas’ de diretores, inauguram uma ‘Sala de Ruminação’, descobrem-se ‘Comunidade em construção’, e discutem uma ‘Igreja para os próximos 120 anos’, que conta com um artigo do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo o padre José Frazão Correia, que assumiu a coordenação da ‘Brotéria’ no início deste ano, 120 anos, no editorial da edição especial 120 anos, com o título ‘Favorecer encontros, implicar-se no diálogo’, o sacerdote observa que encontro e diálogo podem ser “palavras fáceis de enunciar”, acusadas de serem de “tom político e religiosamente correto”, mas a ‘Brotéria’ assume-as como “práticas que realizam o mais elementar da humanidade” que partilham, mas também “um traço íntimo da identidade cristã” que professam.
“Ao fazê-lo, não esconde ou baixa o nível da sua identidade, como se cedesse a modas culturais ou a caminhos supostamente menos exigentes. É porque se assume como lugar e projeto cristão que a Brotéria se expõe ao encontro e ao diálogo, umas vezes desejados e procurados, outras vezes imprevistos e desconfortáveis, tendo consciência e assumindo o risco que implica qualquer exposição”, desenvolve.
Em setembro de 1902 foi publicado o primeiro número da revista ‘Brotéria’, em janeiro de 2020, com o mesmo nome, foi relançada como projeto cultural, no Bairro Alto de Lisboa, junto à igreja de São Roque, “que é lugar de memória afetiva para os jesuítas portugueses”, e passou a ser programação cultural e galeria de arte, revista e biblioteca.
CB/OC