Jesuítas: Novo superior provincial da Companhia de Jesus em Portugal quer ser «um encorajador, um facilitador da missão»

Padre José Frazão Correia abordou a sua eleição e também o pontificado do Papa Francisco, que veio «desinstalar» a Igreja Católica

Lisboa, 08 jan 2014 (Ecclesia) – O novo superior provincial da Companhia de Jesus em Portugal, padre José Frazão Correia, falou hoje à Agência Ecclesia na Universidade Católica, em Lisboa, sobre a sua nomeação.

À margem de uma conferência sobre a obra “Um Deus fiável”, do teólogo italiano Pierangelo Sequeri, o sacerdote de 43 anos disse que assume o cargo “com alegria e confiança, mesmo sabendo que se trata de uma missão exigente, que requer dedicação, gratuidade, tenacidade, firmeza, docilidade”.

“Enfim, há tantas qualidades que nem sempre sentimos ter, mas é preciso avançar sabendo que se trata de algo que corresponderá à vontade de Deus”, salientou.

O novo responsável pela província portuguesa dos jesuítas é licenciado em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa e em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma.

Tem ainda um mestrado e um doutoramento em Teologia Fundamental, feito respetivamente pelo Centro Sèvres, de Paris, e pela já referida Universidade Gregoriana.

Antes de ser escolhido para substituir o até agora provincial, padre Alberto Brito, o sacerdote era superior da Comunidade Pedro Arrupe (casa de formação de estudantes jesuítas) e professor na Faculdade de Teologia da UCP, em Braga.

Em termos de objetivos futuros, o padre José Frazão Correia destaca para já dois aspetos fundamentais: ajudar os membros da Província a “configurarem na realidade, o seguimento de Jesus”, e terem a capacidade de, “com um olhar convertido, reconhecerem Deus em todas as coisas”.

“Isto leva-nos a uma atitude muito esperançosa, criativa, aberta ao mundo, é evidente que haverá muitas coisas a contestar, a pôr em causa, a corrigir, mas o jesuíta é também chamado a realizar o reino de Jesus na História, portanto, profundamente envolvido no mundo, na cultura, na política, nas estruturas económicas e sociais, atendendo aos mais pobres e àqueles que acabam por estar nas periferias”, aponta aquele responsável.

A província portuguesa da Companhia de Jesus, que atualmente abrange Portugal e Moçambique, foi a primeira a ser criada a nível mundial, em 1546, seis anos depois da fundação da congregação, por Santo Inácio de Loiola.

Envolver todos os membros da Companhia de Jesus e todas as obras na missão, em todas as suas diversas formas, social, cultural, caritativa, evangelizadora, educativa, é outro ponto que o padre José Frazão Correia espera concretizar.

“No fundo, o provincial é também um encorajador, um facilitador, alguém que fortalece, que possibilita a realização da missão, a realização do reino de Deus de acordo com a inspiração retirada dos exercícios espirituais e da leitura das necessidades”, complementa.

Para conseguir transmitir a todos os elementos esse ideal de dinamismo, de força, de intervenção, o padre José Frazão Correia conta muito com a inspiração do Papa Francisco, que veio “despertar” na Igreja Católica e nas ordens religiosas “a necessidade de não ficarem onde estão”.

De acordo com o responsável jesuíta, o Papa tem a força irresistível da autenticidade, uma palavra muito simples, facilmente compreensível mas também um modo de fazer, um estilo de ser que desinstala, que provoca, que mexe com muitos hábitos que acabam por cair na inércia, intraeclesiais mas também culturais, sociais”.

 A tomada de posse do sacerdote, para um mandato de três anos, está marcada para 19 de março, em Lisboa.

JCP/OC

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