Jesuítas: Ano especial apresenta desafio à «mudança de vida», com Santo Inácio como «mestre e peregrino»

«A mudança de vida é um tema que toca todas as pessoas dentro e fora da Igreja» – Padre Miguel Pedro Melo

Lisboa, 29 mai 2021 (Ecclesia) – A Companhia de Jesus está a celebrar desde a última semana um ‘Ano Inaciano’, com um convite à mudança e um programa que quer “dar voz” nas comunidades e uma “revitalização apostólica”.

“A mudança de vida é um tema que toca todas as pessoas dentro e fora da Igreja, o desejo de mudar, o desejo de ser melhor, o desejo de fazermos até propósitos no início de um ano, acho que são coisas que falam da conversão ou da mudança”, disse o coordenador do ‘Ano Inaciano’ em Portugal.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre Miguel Pedro Melo falou de Santo Inácio como “mestre e peregrino”, homem de “profundidade espiritual” que pode dizer alguma coisa de “muito fundamental neste tempo”, para um futuro que faça do peregrinar, do quotidiano, da história “uma enorme inspiração para a vida social e para a vida da Igreja”.

O ‘Ano Inaciano’ começou a ser celebrado dia 20 de maio, nos 500 anos da batalha de Pamplona, quando o jovem Iñigo López de Oñaz y Loyola foi atingido por uma bala, iniciando um período de convalescença e conversão que levou à fundação da Companhia de Jesus.

“A data tem este simbolismo forte na vida dos Jesuítas, a ferida de Santo Inácio de alguma maneira vale por aquilo que despoleta, por aquilo que começa”, observou o padre Miguel Pedro Melo, lembrando o “aspeto muito interessante” na história da Companhia Jesus que não foi fundada só por uma pessoa, mas “por um grupo de amigos no Senhor que enquanto ia crescendo na amizade, ia sonhando este projeto”.

O jovem Inácio de Loyola foi ferido numa batalha e isso mudou a sua vida, num “início feliz” que só se pode caracterizar desta forma a longo prazo, “muito tempo depois”.

A pandemia de Covid-19, de alguma maneira, encontra “um parentesco de possibilidade” pode vir a ser “um início feliz”, mas depende do modo como for acolhida.

“Este Ano Inaciano pode ser um profundo acontecimento de graça regressar a esta data da conversão de Inácio, pode ser e tudo promete que assim o seja mas nada garante que pelo facto de celebrarmos a ferida de Inácio isso vai renovar interiormente, dai depende o nosso empenho e o mesmo se diz em relação a todas as feridas, a todas as possibilidades”, desenvolveu.

Depois da abertura deste ano e de um momento de oração internacional online, ao qual se associaram o Papa Francisco e o superior geral dos Jesuítas, o padre Arturo Sosa, o coordenador do ‘Ano Inaciano’ em Portugal destaca um encontro nacional que vai acontecer no 400.º aniversário da canonização de Santo Inácio de Loyola, a 12 de marco de 2022, em Fátima.

Segundo o padre Miguel Pedro Melo, o ‘Ano Inaciano’ quer sobretudo “dar voz àquilo que se vai fazendo nas comunidades” e também pretende ser uma “revitalização apostólica” de quatro preferências que foram refletidas universalmente, pelos Jesuítas e todas as pessoas que colaboram na sua missão.

O Ano Inaciano proclamado para recordar os 500 anos da conversão de Santo Inácio tem como tema ‘Ver novas todas as coisas em Cristo’ e vai prolongar-se até ao Dia de Santo Inácio de Loyola do próximo ano, a 31 de julho de 2022.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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