Jerusalém: Projeto de Museu da Terra Sancta apresentado em Lisboa

Custódia da Terra Santa e a Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro de Jerusalém apostam na promoção do «diálogo cultural», na preservação do património e na «formação de líderes locais»

Lisboa, 06 mar 2023 (Ecclesia) – A Custódia da Terra Santa e a Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro de Jerusalém apresentam hoje o projeto para a Sala das Ofertas de Portugal no Museu da Terra Sancta, no Centro Cultural Franciscano, em Lisboa.

“O Museu Terra Sancta é necessário na Cidade Santa, que tem um Museu Judaico e um Museu de Arte Islâmica, mas não tem equivalente cristão”, indica um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

A apresentação pública do projeto é feita hoje pelo frei Rodrigo Machado Soares (OFM), guardião do Convento de São Salvador, em Jerusalém, e por António Pimentel, diretor do Museu Calouste Gulbenkian, às 19h00, no Centro Cultural Franciscano, em Lisboa.

O projeto do Museu Terra Sancta apresenta como objetivo para a sua concretização a necessidade de “manter o diálogo cultural entre as religiões no espírito de abertura e serviço”, que desenvolvem ao longo de 800 anos, mas assegurar também a “formação dos líderes locais”, na “preservação e promoção do património cultural”.

“Queremos apoiar a presença cristã em Jerusalém, criando um museu único de âmbito internacional, que apresente as raízes do cristianismo e a dimensão cristã de Jerusalém”, pode ler-se no comunicado.

O museu conta com 23 salas de exposição, 1000 metros quadrados, mais de mil obras em exposição.

“As obras de arte doadas por Portugal à Custódia da Terra Santa são únicas no mundo. Este património, um testemunho do esplendor da corte portuguesa, será exposto no Museu Terra Sancta, na sala dedicada aos presentes daquele país”, asseguram.

O diretor do Património Cultural da Custódia da Terra Santa, o Frei Stéphane Milovitch, reconhece a importância de um museu para falar “da presença cristã na Terra Santa”.

“Este museu irá, certamente, afirmar a identidade cristã da cidade de Jerusalém e será um lugar de encontro e diálogo com o mundo inteiro”, reconhece.

António Pimentel indica o Museu como uma forma de “preservar, estudar e divulgar” um tesouro “verdadeiramente único”, capaz de “prestar o mais relevante serviço à cultura universal”.

“O acervo aí reunido (notabilíssimo como é; protegido, em condições quase inverosímeis, por mais de 7 séculos) será, finalmente, disponibilizado ao público universal em condições museográficas exemplares, no quadro de laboriosos trabalhos de adaptação do Convento de São Salvador de Jerusalém, que, por si mesmo, merecerá demorada visita”, reconhece o Diretor do Museu Calouste Gulbenkian.

Das peças no espólio, António Pimentel destaca “as doações da Coroa portuguesa, em particular entre os reinados de D. Pedro II e D. João VI”.

“Nas suas notáveis coleções, como não poderia deixar de ser, figuram em lugar de destaque as doações da Coroa portuguesa, a qual, em particular entre os reinados de D. Pedro II e D. João VI, projetaria, em torno ao Santo Sepulcro, testemunho exemplar, a um tempo da devoção e da capacidade financeira do Reino, num quadro de emulação representativa entre as potências católicas da Europa”, indica.

LS

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