Itália/Terramoto: Papa rejeita «lógica do medo» e do «pessimismo» perante o mal

Francisco visita região italiana atingida pelos sismos de 2012

Carpi, Itália, 02 abr 2017 (Ecclesia) – O Papa disse hoje em Carpi, localidade italiana atingida pelos sismos de 2012, que é preciso estar ao lado de quem sofre sem ceder ao “pessimismo” ou à "lógica do medo", deixando uma mensagem de esperança à população.

“É este o coração de Deus: longe do mal mas próximo de quem sofre; não faz desaparecer magicamente o mal, mas com-padece o sofrimento, fá-lo próprio e transforma-o, morando nele”, referiu, na homilia da Missa a que presidiu na Praça dos Mártires, com a participação de milhares de pessoas.

O altar da celebração foi colocado diante da Catedral de Carpi, reaberta ao culto apenas há uma semana.

“Há quem fique preso nos escombros da vida e quem, como vós, com a ajuda de Deus, retira os destroços e reconstrói com paciente esperança”, sublinhou.

O Papa centrou a sua homilia na ideia do “Deus da vida, que vence a morte”, falando em particular do episódio evangélico da ressurreição de Lázaro, amigo de Jesus.

Junto a um túmulo fechado, recordou, há só “choro e desolação” e parece tudo perdido, uma imagem da “precariedade” da vida mortal, atravessada pela “angústia da morte”, um mal “antigo e obscuro”.

“Do outro lado está a esperança que vence a morte e o mal, que tem um nome: Jesus. Ele não traz um pouco de bem-estar ou um remédio para prolongar a vida, mas proclama: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’”, acrescentou.

Os católicos, defendeu Francisco, têm de escolher entre “o lado do túmulo” ou “o lado de Jesus”, entre a tristeza e a vida.

A homilia alertou para as “zonas um pouco mortas” no coração humano, que são como “sepulcros” no interior de cada um, e deixou o desafio de superar a “lógica inútil e inconclusiva do medo”.

“Visitados e libertados por Jesus, peçamos a graça de ser testemunhas de vida neste mundo que tem sede dela, testemunhos que suscitam e voltam a suscitar a esperança de Deus nos corações cansados e sobrecarregados pela tristeza”, concluiu.

No final da Missa, o Papa agradeceu aos mais de 4 mil doentes e a todos os que marcaram presença nesta “dupla maratona”, evocando a reabertura da catedral ao culto, no último domingo.

“Com os vossos sofrimentos, ajudais a Igreja, ajudais a levar a cruz de Cristo”, disse, antes da recitação da oração do ângelus, repetindo um “muito obrigado” a todos os presentes.

A Diocese de Carpi, situada na região italiana de Emília-Romanha, foi atingida há cinco anos por sismos que causaram 26 mortos e destruíram o centro histórico de Mirandola.

Após a recitação do ângelus, no final da Missa, Francisco vai abençoar as primeiras pedras de vários novos edifícios: a nova igreja de Santa Ágata de Cibeno em Carpi; a "Cidadela da caridade'', em Carpi; o Centro de Espiritualidade, em Santo António de Mercadello, de Novi de Modena; e a estrutura polivalente de San Martino Carano de Mirandola.

A pedra para o novo Centro Espiritual veio da Catedral da Imaculada Conceição de Qaraqosh, na planície de Nínive, Iraque, visitada pelo bispo de Carpi, D. Francesco Cavina.

OC

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Agência ECCLESIA

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