Irmã Cristina Scuccia pertence às religiosas ursulinas da Sagrada Família e tornou-se um fenómeno nas redes sociais
Lisboa, 21 mar 2014 (Ecclesia) – A irmã Cristina Scuccia está a fazer sucesso na Itália após a sua atuação de quarta-feira num programa para talentos musicais da Televisão pública, na qual surgiu de hábito a cantar ‘No one’, de Alicia Keys.
O vídeo da atuação da religiosa ursulina da Sagrada Família, de 25 anos, já tem mais de 3 milhões de visualizações no YouTube e tem sido publicada e comentada nas redes sociais, nos últimos dias.
Natural da Sicília, a jovem irmã surpreendeu os quatro elementos do júri do programa televisivo, quando estes decidiram girar a cadeira para verem a quem pertencia a voz que estavam a ouvir.
Após ter afirmado que era uma freira “verdadeiríssima”, a religiosa foi questionada sobre o que pensariam os superiores hierárquicos da Igreja Católica desta presença num concurso televisivo.
“Não sei, espero um telefonema do Papa Francisco, porque ele convida-nos a sair, evangelizar, a dizer que Deus não nos tira nada, pelo contrário, dá-nos ainda mais. Eu estou aqui por isso”, disse a irmã Cristina, que justificou a presença no programa com o “dom” da música.
A jovem descobriu a sua vocação religiosa em 2008, ao participar num musical em que interpretava o papel da fundadora das Ursulinas da Sagrada Família, a irmã Rosa Rocuzzo.
Em 2010 decidiu entrar na congregação e fazer o noviciado no Brasil, onde usou o talento musical para superar a barreira linguística.
A ‘monja soul’, como é apresentada pela imprensa italiana, vai continuar a sua participação no programa televisivo com a equipa do rapper ‘J-Ax’, que se emocionou com a atuação.
A irmã Cristina Scuccia venceu em 2003 o ‘Good News Festival’, concurso musical de inspiração cristã que nasceu no contexto da Pastoral Juvenil do Vicariato de Roma (vídeo).
Nesse mesmo ano, em entrevista à Televisão da Conferência Episcopal Italiana, falou do seu sonho de ser cantora, após ter-se afastado da Igreja na adolescência, que se transformou numa vocação religiosa após o musical ‘A coragem de amar’, dedicado ao nascimento das Ursulinas da Sagrada Família, no centenário da sua fundação.
A congregação fundada por Rosa Rocuzzo é um dos ramos da família espiritual de Santa Ângela Merici, que no século XVI iniciou o trabalho das irmãs ursulinas na Itália.
“A mulher, na época, não tinha nenhuma liberdade de opção quanto ao próprio futuro”, refere o site da Ordem de Santa Úrsula no Brasil, frisando que Santa Ângela, “movida pelo Espírito Santo e confiante na capacidade da mulher, institui outro estado de vida”.
“Ela aponta um terceiro caminho: o das mulheres vivendo no mundo como consagradas a Deus. O facto de escolher livremente esse estado de vida constituía um grande passo rumo à promoção da mulher”, referem as religiosas.
OC
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