Lisboa, 24 jun 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco escreveu uma carta aos reclusos na ilha italiana de Gorgona, deixando uma palavra de esperança no futuro.
“Todos cometemos erros e somos todos pecadores. Mas quando pedimos perdão a Deus, Ele perdoa-nos sempre”, refere o texto, citado pelo portal Vatican News.
Francisco reconhece a difícil situação de viver em reclusão e apela à Igreja local, para que esteja presente neste local de “dor e redenção”.
O Papa encoraja os reclusos a olhar o futuro com confiança e a aproveitar a “preciosa ajuda do capelão e dos outros educadores no caminho de conversão e renovação interior”.
Na conclusão, Francisco assegura as orações pela comunidade reclusa e invoca a proteção materna de Maria.
O texto foi entregue pelo Cardeal Ernest Simoni, também ele preso durante 20 anos, na Albânia, sob o regime comunista.
Na visita ao estabelecimento prisional de Gorgona, que alberga cerca de 90 pessoas reclusas, o cardeal albanês celebrou a Eucaristia com a comunidade reclusa, os guardas prisionais e habitantes da ilha.
D. Ernest Simoni partilhou com os reclusos a sua própria história de reclusão e de trabalhos forçados durante 20 anos sob o regime comunista, na Albânia, revelando que assumiu o papel de acompanhar espiritualmente os seus companheiros reclusos.
O Papa Francisco, no decorrer do pontificado, tem dedicado uma particular atenção às pessoas reclusas.
Na celebração da Quinta-feira Santa deste ano, o Papa voltou a lavar, simbolicamente, os pés a 12 reclusos, na prisão de Velletri, em Roma; esta foi a quinta vez que Francisco dedicou o Rito do ‘Lava-pés’ aos presos, depois de 2018, 2017, 2015 e 2013, ter lavado os pés a pessoas de várias nacionalidades e confissões religiosas, nessas cerimónias.
Também neste ano, em janeiro e no decorrer das Jornadas Mundiais da Juventude, no Panamá, o Papa esteve com os reclusos do Centro Correcional de Mores Las Garzas de Pacora, onde vivem cerca de 150 jovens, a maioria deles menores: “Cada um de nós é muito mais do que os rótulos que nos dão”.
Na celebração do II Dia Mundial dos Pobres, em novembro de 2018, os ex-reclusos portugueses Vitor Barbuda e Mário Manco, da Associação “O Companheiro”- uma instituição que ajuda na inserção social de pessoas reclusas e ex-reclusas -, estiveram com o Papa, em Roma, por ocasião do Jubileu da Misericórdia.
Em novembro de 2016, durante a celebração do Jubileu dos Reclusos, no Vaticano, o Papa Francisco disse perante milhares de pessoas, incluindo mil reclusos e ex-detidos de 12 países -acompanhados por familiares, capelães e pessoal penitenciário – “que diante de Deus o perdão é uma certeza” e exortou-os a “não ficarem fechados no passado”.
OC