«Evangelicidade, eclesialidade e missão» foram «três linhas fundamentais» que Francisco confiou à Confederação
Cidade do Vaticano, 16 jan 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco incentivou a Confederação das Confrarias das dioceses italianas a manter “vivo o carisma do serviço e da missão”, recordou que foi fundada pelo “grande Jubileu”, e são uma realidade significativa para a celebração do Ano Santo 2025.
“Preparam-se para celebrar, dentro de dois anos, o 25º aniversário no contexto de outro Jubileu, o de 2025, que tem como lema ‘Peregrinos da esperança’. Estamos a preparar-nos para este momento importante na vida da Igreja, e vocês são uma realidade muito significativa para esta preparação e depois para a celebração”, disse Francisco, na audiência realizada esta segunda-feira, no Vaticano.
Neste sentido, o Papa salientou a “presença capilar” por todo o país e o número de pessoas que envolvem, “com cerca de três mil e duzentas Confrarias registadas”, e tantas que existem mas não estão registadas, com “dois milhões de membros”, aos quais se deve acrescentar “a comunidade ampliada de familiares e amigos”, que se unem às suas atividades.
“É um quadro impressionante, que traz à mente o que o Concílio Vaticano II diz sobre a natureza e a missão dos leigos na Igreja, que ‘são chamados por Deus para contribuir, quase de dentro como fermento, para a santificação do mundo’ (LG, 31)”, acrescentou.
No seu discurso, Francisco lembrou que a Confederação foi fundada no ano 2000, “no contexto do grande Jubileu”, e trabalham para “acolher, apoiar e coordenar a riquíssima e variada presença” das Confrarias nas dioceses da Itália.
“Encorajo-os a cultivar com compromisso criativo e dinâmico sua vida associativa e sua presença caritativa, que se baseiam no dom do Batismo e que levam a um caminho de crescimento sob a guia do Espírito Santo. Deixem-se animar pelo Espírito e caminhem: Como fazem nas procissões, façam-no em toda a sua vida comunitária”, desenvolveu.
O Papa convidou a Confederação das Confrarias das Dioceses Italianas a articular o seu caminho em “três linhas fundamentais” – “evangelicidade, eclesialidade” e “missionariedade”, que resumiu como “caminhar nos passos de Cristo, caminhar juntos, caminhar anunciando o Evangelho”.
Sobre a primeira palavra, exortou-os a “cultivar a centralidade de Cristo em suas vidas”, e, sobre ‘eclesialidade’ assinalou que a história das Confrarias “oferece à Igreja uma experiência secular de sinodalidade”, que se expressa através de instrumentos comunitários de formação, de discernimento e de deliberação, “e através de um contato vivo com a Igreja local, bispos e dioceses”.
“A história das Confrarias tem um grande património carismático. Não percam essa herança! Mantenham vivo o carisma do serviço e da missão, respondendo com criatividade e coragem às necessidades do nosso tempo”, desenvolveu, no contexto da terceira linha fundamental.
“Caminhar anunciando o Evangelho, testemunhando a fé e cuidando dos seus irmãos, especialmente das novas pobrezas de nosso tempo, como muitos de vocês já demonstraram neste tempo de pandemia”, acrescentou.
‘Peregrinos de esperança’, é o tema do Ano Santo de 2025, o 27.º Jubileu ordinário da história da Igreja.
Foi o Papa Bonifácio VIII quem, em 1300, instituiu o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixada de 25 em 25 anos.
CB/OC