Itália: Bento XVI propõe esperança diante das crises contemporâneas

Papa prossegue visita na região de Veneza, diante de 300 mil pessoas, pedindo atenção para os imigrantes

Veneza, Itália, 08 mai 2011 (Ecclesia) – Bento XVI prosseguiu hoje a sua visita ao nordeste da Itália, na região de Veneza, deixando um apelo ao anúncio da “esperança cristã” diante das “vastas e inquietantes problemáticas” da humanidade contemporânea.

Na homilia da missa a que presidiu no parque de São Juliano, em Mestre, nas proximidades de Veneza – local ao qual chegou de barco – o Papa quis sublinhar que a “conversão cristã” não é apenas dificuldade, mas “também e sobretudo fonte de alegria, de esperança e de amor”.

“É necessário dar conta da esperança cristã ao homem moderno”, indicou, lembrando as “vastas e inquietantes problemáticas que colocam em crise os próprios fundamentos do seu ser e do seu agir”.

Segundo a polícia local, cerca de 300 mil pessoas estavam presentes neste parque que, como o próprio Papa assinalou, não costuma receber eventos religiosos.

Na sua 23ª viagem em solo italiano desde que foi eleito Papa, em abril de 2005, Bento XVI sublinhou o seus desejo de fortalecer os presentes “na fidelidade ao Evangelho e num renovado empenho missionário”.

“Vim até ao meio de vós como bispo de Roma e continuador do ministério de Pedro, para vos confirmar na fidelidade ao Evangelho e na comunhão. Vim para partilhar com os bispos e presbíteros a ânsia do anúncio missionário, que nos deve envolver a todos”, elencou.

O Papa destacou a presença de católicos de toda a região do nordeste da península italiana, assinalando que essas Igrejas “se distinguiram pelo fervor apostólico e pelo dinamismo pastoral” e que “também hoje há que promover e defender com coragem a verdade e a unidade da fé”.

“Mesmo um povo tradicionalmente católico pode, no entanto, quase inconscientemente, absorver os efeitos de uma cultura que termina por insinuar um modo de pensar em que abertamente recusa ou que  ocultamente coloca entraves à mensagem evangélica”, referiu.

“Eu sei o quanto foi e o quão grande continua a ser o vosso compromisso de defender os valores perenes da fé cristã. Encorajo-vos a não ceder jamais às tentações da cultura hedonista recorrente e os apelos do consumismo materialista”, acrescentou.

À imagem do que fizera no dia inicial da visita, Bento XVI afirmou a importância do “da fé em Cristo e da civilização inspirada pelo ensinamento evangélico” para a unificação de povos de línguas e culturas diversas nesta região, pelo que pediu que também hoje exista “uma comunhão de vida humana e cristã que supere as fronteiras e se preocupe pelas condições de vida das pessoas”.

“As igrejas geradas por Aquileia estão hoje em dia chamadas a reforçar aquela antiga unidade espiritual, em particular à luz do fenómeno da imigração e das novas circunstâncias geopolíticas em curso. A fé cristã pode sem dúvida contribuir para a consistência concreta desse programa, que diz respeito ao desenvolvimento harmónico e integral do homem e da sociedade em que se vive”, precisou.

No final da missa, teve lugar a recitação da oração do Regina Caeli, própria do tempo pascal no calendário litúrgico católico, com o Papa a falar num “mundo novo de amor e de paz que constitui a profunda aspiração de qualquer coração humano”.

Após a missa desta manhã, a visita conclui-se em Veneza, cidade na qual o Papa vai deslocar-se numa tradicional “dogaressa”, uma gôndola com maiores dimensões do que o habitual – utilizada em 1985 durante a visita do Papa João Paulo II – com encontros entre Bento XVI e responsáveis da diocese e, posteriormente, do mundo da cultura e da economia.

OC

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