Discurso ao corpo diplomático apela a intervenção da comunidade internacional
Cidade do Vaticano, 08 jan 2024 (Ecclesia) – O Papa reforçou hoje a sua “preocupação” com o conflito que atinge Israel e a Palestina, denunciando os “sofrimentos inimagináveis” provocados sobre as populações.
No encontro anual com os membros do corpo diplomático acreditados junto da Santa Sé, Francisco começou por condenar o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, levado a cabo pelo Hamas, contra a população em Israel, no qual “foram feridas, torturadas e mortas de forma atroz tantas pessoas inocentes e muitas outras foram feitas reféns”.
Este atentado, acrescentou o Papa, levou a “uma forte resposta militar israelita em Gaza, que levou à morte de dezenas de milhares de palestinos, na maioria civis, entre os quais muitas crianças, adolescentes e jovens, e causou uma situação humana gravíssima, com sofrimentos inimagináveis”.
“Renovo o meu apelo a todas as partes envolvidas para um cessar-fogo em todas as frentes, incluindo o Líbano, e para a libertação imediata de todos os reféns em Gaza. Peço que a população palestina possa receber as ajudas humanitárias e que os hospitais, as escolas e os locais de culto tenham toda a proteção necessária”, apelou.
O Papa condenou os ataques do Hamas e “qualquer forma de terrorismo e extremismo”.
“Assim não se resolvem as questões entre os povos, antes pelo contrário tornam-se mais difíceis, causando sofrimento a todos”, advertiu.
Espero que a comunidade internacional avance, com determinação, na solução de dois Estados, um israelita e um palestino, bem como de um estatuto especial, garantido internacionalmente, para a Cidade de Jerusalém, para que israelitas e palestinos possam finalmente viver em paz e segurança”.
O Papa assinalou que o conflito em Gaza “desestabiliza ainda mais uma região frágil e carregada de tensões”, recordando as crises na Síria e no Líbano.
Ainda no continente asiático, Francisco chamou a atenção da comunidade internacional para o Myanmar, pedindo que se façam “todos os esforços para dar esperança àquela terra e um futuro digno às gerações jovens, sem esquecer a emergência humana que ainda afeta os Roingya”.
184 Estados mantêm relações diplomáticas plenas com a Santa Sé, a que se somam a União Europeia e a Ordem Soberana e Militar de Malta; existem 91 missões diplomáticas acreditadas junto da Santa Sé com sede em Roma, incluindo a de Portugal, bem como os gabinetes da Liga dos Estados Árabes, da Organização Internacional para as Migrações e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
OC