Israel/Palestina: Papa Francisco manifesta «preocupação e proximidade» a pároco de Gaza

Cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano,  pediu «respeito total dos direitos humanos» e convernou com primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh

Foto: Lusa

Cidade do Vaticano, 14 out 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco telefonou hoje ao pároco de Gaza, manifestando a sua “proximidade e oração”, para além da preocupação, em especial, com as crianças.

“Ele é muito próximo das pessoas e pediu-nos para proteger as crianças. Ele sabe que, para além das crianças da paróquia, acolhemos crianças cristãs e crianças muçulmanas, bem como pessoas deficientes e feridas que são tratadas pelas irmãs da Madre Teresa. São centenas de pessoas que estão sob a nossa responsabilidade. O Papa sabe tudo isto e, mesmo assim, mostrou a sua proximidade”, explicou o padre Gabriel Romanelli, que está em Belém e ainda não conseguiu chegar à pequena comunidade da Faixa de Gaza, noticia a Vatican news.

Francisco quis assegurar a “sua bênção e a sua oração” e sublinhar que está a “fazer o seu melhor para ter uma pequena janela de esperança”, indicou o sacerdote, recordando que o contacto foi estabelecido no fim do ultimato lançado pelo exército israelita para evacuar o norte da Faixa de Gaza.

O responsável dá conta que centenas de pessoas foram acolhidas pela paróquia mas muitos fiéis a optam por permanecer sob os bombardeamentos.

O Papa Francisco disse estar “muito preocupado” com o que está a acontecer em Gaza e afirmou esperar que haja espaço para uma pausa nos bombardeamentos “para abrir corredores humanitários para os milhares de pessoas que precisam neste momento”.

Também o cardeal secretário de Estado do Vaticano telefonou hoje ao primeiro-ministro palestino Mohammad Shtayyeh, expressando a sua “tristeza” pelos acontecimentos na Palestina, em especial “em Gaza”.

Segundo informações do Vatican Media, o cardeal Petro Parolin assegurou que a Santa Sé continua a “reconhecer apenas o Estado da Palestina e as suas autoridades como representantes das legítimas aspirações do povo palestino”.

“(O cardeal Pietro Parolin) Enfatizou que, nessa situação, é imperativo garantir o respeito total ao Direito Humanitário e assegurar que os civis, sobretudo os mais vulneráveis, as instalações de saúde e os locais de culto não sejam afetados pelo conflito”, pode ler-se na noticia publicado pelo Vatican News.

O responsável manifestou por estes dias a disponibilidade da Santa Sé para “qualquer mediação” entre Israel e Palestina, para travar a escalada de violência na região.

“A Santa Sé está pronta para qualquer mediação necessária, como sempre. Entretanto, procura conversar com as organizações cujos canais já estão abertos. Qualquer mediação para pôr fim ao conflito deve, contudo, levar em conta uma série de elementos que tornam a questão muito complexa e articulada, como a questão dos assentamentos israelitas, a segurança e a questão da cidade de Jerusalém”, indicou o cardeal Pietro Parolin, em entrevista aos media do Vaticano.

O cardeal Pietro Parolin sustentava que uma solução para a atual crise só pode ser encontrada “no diálogo direto entre palestinos e israelitas, incentivado e apoiado pela comunidade internacional”.

O Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, lançou no último sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”; em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas naquele território palestino, numa operação que batizou como “Espadas de Ferro”.

O balanço mais recente aponta para quase três mil mortos dos dois lados: 1300 israelitas e 1445 palestinos.

A UNICEF estima que mais de 423.000 pessoas tenham fugido das suas casas em Gaza para procurar refúgio em escolas ou hospitais e algumas instalações educativas tenham sido danificadas pelos ataques, noticia a Rádio Renascença, que indica ainda que dois milhões de pessoas na faixa de Gaza estejam a ficar sem água potável.

A ONU alerta para uma crise “catastrófica” e pede o levantamento do cerco para permitir levar ajuda humanitária às população.

LS

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