Israel/Hamas: Papa diz «basta» à guerra e pede cessar-fogo imediato

Libertação de reféns e ajuda humanitária à população devem ser prioridades, defende Francisco

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 03 mar 2024 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje a um cessar-fogo “imediato” entre Israel e o Hamas, que permita a libertação de reféns e a distribuição de ajuda humanitária à população.

“Basta, por favor. Digamos, todos: basta, por favor! Parem. Encorajo a continuação das negociações, para um cessar-fogo imediato, em Gaza e em toda região”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do ângelus.

Francisco, que esteve limitado na última semana devido a problemas respiratórios, leu a sua reflexão dominical, tendo a multidão da Praça de São Pedro sublinhado um apelo à paz com uma salva de palmas.

O Papa pediu que os reféns sejam “libertados imediatamente libertados e possam regressar até junto dos seus entes queridos, que os esperam com ansiedade” e que a população civil possa ter “acesso seguro à devida e urgente ajuda humanitária”.

“Trago todos os dias no coração, com dor, o sofrimento das populações na Palestina e Israel, devido às hostilidades em curso”, começou por dizer.

O Papa evocou as consequências do conflito, iniciado a 7 de outubro com ataques terroristas do Hamas e subsequente ação militar de Israel sobre a Faixa de Gaza.

“Milhares de mortos, feridos, deslocados e a imensa destruição causam dor, com tremendas consequências sobre os pequenos e indefesos, que veem o seu futuro comprometido”, advertiu.

Pergunto: pensa-se verdadeiramente construir um mundo melhor, deste modo? Pensa-se atingir a paz?”

A ONU alertou para um cenário de “fome generalizada quase inevitável” no norte da Faixa de Gaza.

Este sábado, aviões militares norte-americanos ‘C-130’ lançaram, de paraquedas, cerca de 38 mil refeições sobre Gaza, dois dias após mais de 110 palestinos terem sido mortos pelo exército israelita enquanto abordavam camiões com ajuda humanitária.

Joe Biden, presidente dos EUA, disse esperar que um cessar-fogo entre Israel e o Hamas possa ser alcançado até ao Ramadão, o mês sagrado muçulmano, que começa na noite de 10 de março.

Foto: Vatican Media

O Papa Francisco rezou ainda pela “martirizada Ucrânia, onde todos os dias morrem muitas pessoas”.

“Há tanta dor”, lamentou.

A intervenção dominical indicou que, a 5 de março, se assinala o II dia internacional para a consciencialização sobre o desarmamento e a não-proliferação.

“Quantos recursos são desperdiçados em despesas militares que, por causa da atual situação, continuam tristemente a aumentar. Desejo vivamente que a comunidade internacional compreenda que o desarmamento, é acima de tudo, um dever”, apelou Francisco.

“O desarmamento é um dever moral, coloquemos isto nas nossas cabeças. E isso exige a coragem, por parte de todos os membros da grande família das nações, de passar do equilíbrio do medo ao equilíbrio da confiança”, concluiu.

OC

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Agência ECCLESIA

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