Irmã Lúcia: «Humildade» foi característica da «guardiã» de Fátima

Bispo Coimbra, D. Virgílio Antunes, espera que se descubram novos «aspetos e facetas» da vidente

Coimbra, 11 fev 2017 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra afirma que a “humildade” é uma das características a destacar quando se fala da irmã Lúcia de Jesus, a “guardiã” da mensagem de Nossa Senhora de Fátima, em 1917, uma personalidade “muito completa”.

“Não é fácil uma pessoa que está no mundo com esta marca tão forte de ter sido a vidente de Fátima, um dos três pastorinhos, saber situar-se em todos os momentos no seu lugar com o grau de humildade que se espera”, disse D. Virgílio Antunes, em declarações publicadas na mais recente edição do Semanário ECCLESIA.

O bispo de Coimbra destacou outros aspetos como a capacidade da Carmelita “se sentir alegre, uma mulher feliz” mesmo dentro das paredes do convento de clausura, afinal o seu “sentido de humor” era sempre realçado pelas testemunhas.

“Tinha a capacidade de ver as coisas não só com ar sério e austero de quem vê problemas mas também vê alegrias. De quem é capaz de sorrir de si próprio, de sorrir das situações que são criadas”, assinalou a respeito de uma personalidade “muito rica, muito completa”.

Neste contexto, espera que o mundo “continue a descobrir” a personalidade da última vidente das Aparições de Nossa Senhora em Fátima em 1917 a partir dos seus textos já publicados e, no futuro, a partir de outras edições.

O bispo de Coimbra, antigo reitor do Santuário de Fátima, assinala que a irmã Lúcia era uma guardiã da revelação de Nossa Senhora na Cova da Iria e “voltava muitas vezes ao acontecimento original” porque era uma marca que “não podia desaparecer da sua vida, nem do seu pensamento, nem da sua vivência da fé”.

A irmã Lúcia faleceu em 2005, aos 97 anos, depois várias décadas vividas em clausura no Carmelo de Coimbra, que recebe esta segunda-feira a cerimónia de encerramento da fase diocesana do inquérito do seu processo de canonização que depois vai ser enviado para Roma.

Este processo teve início em 2008, apenas três anos após a sua morte, tendo na altura o agora Papa emérito Bento XVI dispensado que se esperassem os habituais cinco anos.

Um processo que demorou nove anos a ser concluído na diocese, até porque a religiosa escreveu muitas cartas – guardada essencialmente a partir dos anos 80, em perto de 70 malas -, e diários que foram analisados por “sensores teólogos” para que dessem o seu parecer sobre “a questão da fé, dos costumes”.

D. Vigílio Antunes adianta ainda que houve um longo trabalho do tribunal, que ouviu dezenas de testemunhas, “porventura, mais até do que seriam necessárias”.

O prelado chegou à Diocese de Coimbra em 2011, altura em que já tinham sido feitas algumas diligências, mas promoveu reuniões e “o trabalho foi ganhando corpo”.

“Quando se trata da irmã Lúcia ,as pessoas estão disponíveis para dar o seu contributo”, sublinhou, referindo que o nome da vidente de Fátima, “mesmo no estrangeiro”, é “muitíssimo conhecido”, uma das “figuras grandes de referência”.

Na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, dedicado à irmã Lúcia de Jesus, D. Virgílio Antunes conta que sempre procurou acompanhar este tema mas, com outra responsabilidade, teve oportunidade de ler textos públicos e privados, as memórias, os apelos da mensagem de Fátima, “a questão sobre a sétima aparição” e também conheceu com “maior profundidade” a vida da guardiã da mensagem de Fátima.

HM/CB/OC

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