Lisboa, 15 jan 2021 (Ecclesia) – O arcebispo de Tuam, na Irlanda, falou em “vergonha” e pediu perdão, após a publicação pelo Ministério da Infância, do Relatório da Comissão de Investigação sobre as estruturas para mães solteiras e mulheres grávidas em condições de penúria.
O estudo indica que, nestes centros administrados pela Igreja Católica, foram perpetrados vários abusos ao longo do século XX, com 9000 crianças mortas, por vezes enterradas em valas comuns
“Humildemente reconheço e peço perdão pelo fracasso da Igreja e pela dor e sofrimentos infligidos às mulheres e seus filhos nas Casas da Mãe e da Criança em todo o país”, referiu D. Michael Neary.
O arcebispo Tuam assinala que os acontecimentos agora revelados “são motivo de vergonha”.
“Deparamo-nos, num período histórico muito recente, com a forma escandalosa como mulheres e crianças vulneráveis da nossa sociedade eram privadas de cuidado e dignidade e submetidas à humilhação”, lamentou.
Uma Comissão criada para o efeito investigou durante cinco anos o funcionamento de 18 residências espalhadas pelo país durante 76 anos, entre 1922 e 1998, por onde terão passado cerca de 56 mil mulheres solteiras e 57 mil crianças.
O responsável católico assume que a Igreja “falhou na sua responsabilidade de amar e cuidar daqueles que estavam tão indefesos”.
D. Michael Neary exorta a dar todos os passos necessários para chegar à “descoberta da verdade”, para que “sejam tomadas as medidas adequadas para curar as feridas do passado e avançar juntos”.
OC
