Iraque: Patriarca caldeu teme «desertificação total» da presença cristã

D. Louis Sako deixa apelo à ajuda dos portugueses e Papa Francisco convida à oração

Lisboa, 05 set 2014 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal do Iraque explicou à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre que “não” tem “mãos a medir” com as centenas de milhares de cristãos que “perderam tudo” e agora dependem da ajuda da Igreja.

“O êxodo dos cristãos é enorme”, revelou D. Louis Sako que por telefone, à Fundação Ajuda Igreja que Sofre (AIS), disse que teme “pela desertificação total” e está “desolado com o que está a acontecer”.

Esta manhã, o Papa partilhou uma foto de crianças iraquianas e deixou um apelo à oração, na sua conta @pontifex da rede social Twitter.

"Rezo diariamente por todos os que sofrem no Iraque. Rezai comigo", apelou.

A AIS assinala, por sua vez, que o presidente da Conferência Episcopal do Iraque pediu aos portugueses o “reforço da ajuda que tem sido enviada à comunidade cristã” no Iraque porque “dada a dimensão do drama que se está a viver, a ajuda tem sido insuficiente”.

O patriarca caldeu, a viver em Bagdade, revelou que na “na próxima semana” vai a Bruxelas explicar aos responsáveis da União Europeia a “urgência de um maior compromisso do Ocidente” na ajuda e defesa das minorias religiosas e étnicas perseguidas no Iraque pelos militantes do Estado Islâmico, que são “uma ameaça para todos”.

“Esta realidade remete-nos para séculos passados de um obscurantismo que se tornou realidade na nossa civilização atual. Os cristãos estão a experimentar um verdadeiro genocídio”, escreveu o prelado, que já esteve em Portugal em novembro de 2011, num comunicado sobre a situação dos cristãos no Iraque.

Para o líder da Igreja Caldeia, o governo do Iraque tem de “reconhecer a sua responsabilidade histórica, nacional e moral” e defender que “a emigração não é a solução para os cristãos iraquianos”.

D. Louis Sako defendeu também que o “executivo deve proceder à inventariação das famílias deslocadas” para, com rigor, procederem “à indemnização pelos danos e perdas das propriedades dos cristãos espoliados pelos jihadistas”.

Segundo a fundação pontifícia AIS, que vai realizar uma campanha de oração pela paz no Iraque inserida sua peregrinação anual, no dia 14 de setembro, D. Louis Sako “manifestou vontade” de visitar novamente Portugal.

AIS/CB/OC

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