Iraque: Igreja de São Jorge reabre com mensagem para quem quis «eliminar a presença cristã» no território

Vida das comunidades começa a voltar ao normal depois da libertação do país do jugo do Estado Islâmico

Lisboa, 12 dez 2017 (Ecclesia) – A igreja de São Jorge, na Planície de Nínive, no Iraque, reabriu ao culto com uma missa presidida pelo arcebispo de Erbil, naquela que é a primeira igreja reconstruída depois da libertação da região do jugo do Estado Islâmico.

Em declarações publicadas pela Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), D. Bashar Warda destacou uma celebração que simbolizou “uma mensagem de esperança e de vitória” perante aqueles que quiseram “eliminar a presença cristã” no território.

“Era necessário dar um sinal evidente de que a Igreja também estava a retomar já as suas atividades normais”, acrescenta ainda o responsável pela comunidade católica no Iraque, e pela arquidiocese de Erbil, no Curdistão iraquiano.

Situada na localidade de Telleskuf, “a igreja de São Jorge foi saqueada, danificada e profanada durante os tempos de ocupação” da Planície de Nínive, por parte do Estado Islâmico, situação que se prolongou durante mais de três anos.

“Apesar de a estrutura principal do edifício não ter sido muito afetada, o trabalho de reparação revelou-se, no entanto, complexo e extremamente dispendioso”, refere a Fundação AIS.

No contexto de 2014, milhares de famílias, entre as quais muitas famílias cristãs, tiveram de fugir da Planície de Nínive para salvarem a vida, perante a violência dos fundamentalistas islâmicos.

D. Bashar Warda espera que a recuperação desta igreja funcione também como “um poderoso incentivo” às comunidades cristãs, para que se “envolvam na recuperação” das suas casas e no processo de regresso ao território.

Um processo que está a contar com a colaboração da Fundação AIS e que “visa criar as condições para o regresso da totalidade da comunidade cristã a suas casas às aldeias e vilas na Planície de Nínive”.

No que diz respeito à aldeia de Telleskuf, trata-se de uma localidade que abrigava antes da invasão do Estado Islâmico cerca de 1500 famílias, que agora estão finalmente a poder perspetivar um futuro mais risonho.

“Graças aos benfeitores da AIS podemos continuar aqui a louvar a Deus e a presença cristã continua a ser preservada neste lugar”, completou o arcebispo de Erbil.

De acordo com os dados mais recentes apurados pela Fundação AIS, mais de 6 mil famílias cristãs já tiveram oportunidade de regressar à Planície de Nínive, perto de 30 por cento do total de pessoas que tiveram de escapar à morte em meados de 2014.

JCP

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Agência ECCLESIA

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