Início do Consistório no Vaticano

Rito repleto de simbolismo O Consistório Público Ordinário para a criação de 15 novos Cardeais começou às 10h30 desta manhã (menos uma em Lisboa), sob a presidência de Bento XVI. O Cardeal William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, deixou em nome de todos os novos Cardeais uma mensagem ao Papa, falando do “humilde contributo” que poderão oferecer para o cumprimento do ministério apostólico do Bispo de Roma e sublinhando “a função de grande responsabilidade que exige um suplemento de dedicação”. O Papa criará 12 novos Cardeais eleitores e 3 outros Cardeais com mais de 80 anos, chegando ao número de 120 Cardeais eleitores no Colégio Cardinalício. Ou seja, 10% dos Cardeais que elegeriam um Papa em Conclave são criados neste 24 de Março. Os novos Cardeais eleitores são os seguintes: D. William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé; D. Franc Rodé, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica; D. Agostino Vallini, prefeito do Supremo Tribunal da Signatura Apostólica; D. Jorge Urosa Sabino, Arcebispo de Caracas, Venezuela; D. Gaudencio Rosales, Arcebispo de Manila, Filipinas; D. Jean-Pierre Ricard, Arcebispo de Bordéus, França; D. Antonio Cañizares, Arcebispo de Toledo, Espanha; D. Nicholas Cheong Jin-Suk, Arcebispo de Seul, Coreia; D. Sean O’Malley, Arcebispo de Boston, EUA; D. Stanislaw Dziwisz, Arcebispo de Cracóvia, Polónia; D. Carlo Caffarra, Arcebispo de Bolonha, Itália; D. Joseph Zen Ze-kiun, Bispo de Hong Kong. Outros três eclesiásticos, em consideração pelos serviços prestados à Igreja “com exemplar fidelidade e admirável dedicação” serão criados Cardeais já com mais de 80 anos: D. Andrea Montezemolo, Arcipreste da Basílica de São Paulo fora de Muros; D. Peter Poreku Dery, Arcebispo emérito de Tamale, Gana; Pe. Albert Vanhoye, Companhia de Jesus, antigo secretário da Comissão Bíblica Pontifícia. Bento XVI destacou a “universalidade” das proveniências e das missões desempenhadas pelos novos Cardeais. A partir de agora, a Europa passará a contar com 60 Cardeais eleitores; América Latina – 20; América do Norte – 16; Ásia – 13; África – 9; Oceania – 2. O país com mais Cardeais eleitores continuará a ser a Itália (21), seguido dos EUA (13); Espanha e França (6 cada). Outros 73 Cardeais já têm mais de 80 anos. O Consistório fica marcado por uma forte atenção à Ásia, deixa adivinhar mudanças na Cúria Romana e permite confirmar as prioridades e o estilo de governo do pontificado do Papa Ratzinger. Entre os novos Cardeais encontramos espaço para vários percursos de fé e posições teológicas que irão oferecer, sem dúvida, um importante contributo para a vida da Igreja universal. Qualquer Cardeal é, acima de tudo, um conselheiro específico que pode ser consultado em determinados assuntos quando o Papa o desejar, pessoal ou colegialmente. Como conselheiros do Papa, os Cardeais actuam colegialmente com ele através dos Consistórios. Disponíveis até ao martírio O barrete de cor vermelha que os 15 novos Cardeais recebem esta sexta-feira, das mãos de Bento XVI, manifesta a sua disponibilidade para derramar o seu sangue pela Igreja. Seguindo o novo rito, introduzido por ocasião do consistório de 28 de Junho de 1991, o acto começou com a saudação litúrgica e a leitura por parte do Papa da fórmula de criação e da proclamação solene dos nomes dos novos cardeais. Em seguida, o primeiro deles (D. William Levada) dirigiu-se a Bento XVI em nome de todos. Após a Liturgia da Palavra, a homilia do Papa e a profissão de fé, os Cardeais pronunciarão o juramento. O texto do juramento, pronunciado em Latim, é este: «Eu (nome e apelido), Cardeal da Santa Igreja Romana, prometo e juro ser fiel, desde agora e para sempre, enquanto viva, a Cristo e ao seu Evangelho, sendo constantemente obediente à Santa Igreja Apostólica Romana, ao bem-aventurado Pedro na pessoa do Sumo Pontífice e dos seus sucessores canonicamente eleitos; manter sempre com palavras e obras a comunhão com a Igreja Católica; não revelar a ninguém o que se me confie em segredo, nem divulgar aquilo que poderá acarretar dano ou desonra à Santa Igreja; desempenhar com grande diligência e fidelidade as tarefas para as quais estou chamado no meu serviço à Igreja, segundo as normas do Direito. Que assim me ajude Deus omnipotente». A seguir, cada novo Cardeal aproximar-se-á do Papa e ajoelha-se perante ele para receber o barrete cardinalício e a designação de um título ou diaconia. O Papa, ao colocar o barrete sobre a cabeça do novo cardeal, diz, entre outras coisas: «(é) vermelho como sinal da dignidade do ofício de Cardeal, e significa que estás preparado para actuar com fortaleza, até o ponto de derramar o teu sangue pelo crescimento da fé cristã, pela paz e harmonia entre o povo de Deus, pela liberdade e a extensão da Santa Igreja Católica Romana». Bento XVI entregará depois a Bula de criação de Cardeais, designará o título ou diaconia – como sinal de sua participação no cuidado pastoral do Papa pela cidade de Roma – e trocará a saudação da paz com os novos membros do Colégio Cardinalício. O rito conclui-se com a oração dos fiéis, a oração do Pai Nosso e a bênção final.

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