O Museu Nacional de História Natural de Lisboa, em colaboração com a Diocese de Beja e o Município de Sines, vai realizar, no próximo dia 7 de Setembro, no Núcleo Museológico da Igreja de Nossa Senhora das Salas, em Sines, uma acção integrada no Programa “Geologia no Verão” do Ciência Viva e dedicada às Jóias do Tesouro de Nossa Senhora das Salas. Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a organização dá conta esta é uma iniciativa inédita que “dá a conhecer património religioso do Sines”. “Trata-se de uma iniciativa invulgar no nosso âmbito e que está a suscitar grande curiosidade”, pode ler-se no comunicado. O monitor da acção é o Dr. Galopim de Carvalho, geógolo e Executive Liaison Ambassador da ICA – International Colored Gemstone Association. Além de participar noutros projectos de estudo gemológico de acervos de joalharia em Beja e noutras dioceses e santuários portugueses, este investigador colabora com várias instituições na divulgação e ensino da gemologia no país e no estrangeiro. As igrejas alentejanas conservam extraordinárias preciosidades nos seus espólios, incluindo jóias com pedrarias trazidas do Oriente e do Brasil. Estas gemas, de grande raridade, ocupam lugar de destaque nas peças pertencentes à igreja de Nossa Senhora das Salas, a padroeira dos pescadores de Sines. Sob a orientação do geólogo Galopim de Carvalho, lançam-se novos olhares a um património de surpreendente valor histórico e devocional. A ermida de Santa Maria das Salas remonta ao século XIV e foi construída pela princesa bizantina D. Vetaça Lescaris. D. Vasco da Gama, o almirante do mar das Índias, cuja família era muito devota da Virgem sob esta invocação, fê-la reedificar nos inícios do século XVI. No vasto e diversificado acervo do seu núcleo museológica da igreja das Salas, aberto ao público em Agosto de 2006, depois de extensas obras de reabilitação do monumento, existe uma notável colecção de jóias de devoção oferecidas, ao longo de muitas gerações de gentes ligadas ao mar, a Nossa Senhora da Assunção, padroeira dos mareantes e dos pescadores. O itinerário proposto pelo programa Ciência Viva permite oferecer, em ambiente informal e em moldes acessíveis a todos, um olhar muito diferente sobre esta colecção, incidindo na análise da composição gemológica das pedrarias das alfaias do culto e ex-votos reunidos no Tesouro das Salas e evocando a história da utilização das gemas ao longo dos tempos, com particular incidência nos séculos XVIII e XIX. O seu contexto devocional, à luz dos materiais utilizados, também será discutido numa perspectiva etnológica e sociológica. A sessão encontra-se aberta a todos os interessados mediante inscrição prévia (gratuita) no site do Programa Ciência Viva ou através do tel. 808 200 205 (linha azul). Mais informações disponíveis no sítio oficial da Ciência Viva em www.cienciaviva.pt/geoverao ou alternativamente através da sua linha azul 808 200 205.