Informação não basta para combater a SIDA

Representante da Santa Sé na ONU pede «respeito pela dignidade da natureza humana e pelas leis morais»

O representante da Santa Sé na ONU defendeu que para um combate eficaz à pandemia da SIDA, é necessário fazer algo mais do que informar as pessoas ou dar-lhes instrumentos e competências técnicas.

Para o Arcebispo Celestino Migliore, o “respeito pela dignidade da natureza humana” e pelas “leis morais” tem de ser incluído nos esforços de prevenção da doença.

Esta foi a ideia-chave da declaração efectuada pelo Observador Permanente da Santa Sé, no âmbito da 64ª Sessão da Assembleia-geral das Nações Unidas (ONU), onde foi analisada a implementação da Declaração de Intenções daquele organismo, face ao vírus HIV.

O Arcebispo italiano transmitiu “a profunda preocupação do Vaticano no que diz respeito à falta de fundos disponíveis para o tratamento antiretroviral entre as populações pobres e marginalizadas”.

Apontou exemplos de países como Uganda, África do Sul, Haiti e Papua Nova Guiné, em que, de acordo com informações prestadas à Santa Sé, “instituições católicas foram aconselhadas, por fornecedores internacionais, a não aceitarem mais inscrições para programas de tratamento”.

Essas instituições, realçou D. Celestino Migliore, “temem ainda que o corte nos apoios chegue a afectar também as pessoas já em tratamento”.

Para a Santa Sé, é também fundamental que as crianças seropositivas tenham acesso desde início a um diagnóstico adequado, “evitando assim que mais de um terço venha a morrer antes de completar um ano de vida”.

O Arcebispo terminou a sua intervenção ao declarar que “já não é possível encarar a perda de gerações futuras, ou de potenciais lideres, com silêncio e indiferença”.

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Agência ECCLESIA

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