Infoética é uma exigência

Especialistas de vários quadrantes sublinham pedido de Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2008 A exigência de uma infoética, ponto central da mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2008, é partilhada por especialistas de vários quadrantes convidados pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja, que decidiu publicar uma edição especial do Semanário Agência ECCLESIA. Júlio Pedrosa, Presidente do Conselho Nacional de Educação, afirma que “a escolha e tratamento de temas de educação nos meios de comunicação social tem clara relevância no desenvolvimento do nível educativo da sociedade, o que constitui elemento essencial para a afirmação da dignidade humana, da liberdade e da justiça social”. Carlos Liz, director geral da APEME – Estudos de Mercado, fala sobre o “imperativo ético de compreender a publicidade”, defendendo que “a Publicidade tem uma ética própria: ela assenta num valor que lhe dá a razão de ser. Trata-se do valor da Persuasão, da intencionalidade de tudo o que faz, da sua indisfarçável vontade de convencer as audiências a adoptar um determinado comportamento ou a adquirir um dado produto”. De ética no mundo desportivo e na maneira como este é noticiado fala Ribeiro Cristóvão, voz da RR, para quem “a desenfreada corrida à notícia passou a não ter fronteiras. Importante, é dar primeiro que o concorrente, sem que o rigor esteja bastas vezes na primeira linha das preocupações”. “De dirigentes a praticantes, passando inevitavelmente pelo público consumidor, confrontamo-nos com inusitada frequência com gestos e palavras, actos e omissões, capazes de lançar sombras de dúvida, que são a base do descrédito de muitas modalidades”, lamenta. Manuel Pinto, professor da Universidade do Minho, assinala que é “imperioso direccionar o desafio da ‘infoética’, proposto na mensagem papal, não apenas para os jornalistas e editores da informação, mas também para o conjunto dos profissionais dos media”. “Quem manuseia uma câmara ou um microfone, quem concebe um programa de entretenimento, quem decide os convidados de um debate, quem edita uma reportagem, quem afecta recursos humanos e financeiros a este ou àquele trabalho – todos concorrem para o produto final publicitado e, logo, todos eles accionam, por acção ou omissão, critérios éticos. Em rigor, é absolutamente crucial colocar a questão da infoética não apenas no plano da formação individual e profissional, mas no plano das empresas e grupos de media”, escreve. Eduardo Cintra Torres, por seu lado, reconhece no texto de Bento XVI “a esperança de uma utilização dos media adequada aos valores humanos”. O crítico de televisão diz que “a Igreja tem tido dificuldade em encontrar soluções adequadas para um dos lados da questão e que tem a ver com o que os media significam na esfera do poder”. Das exigências éticas no uso da Internet fala Abílio Martins, administrado do Portal Sapo, para quem o acesso gratuito à música, cinema ou jogos “estabeleceu uma nova fronteira de discussão sobre modelos de consumo, modelos económicos, mas igualmente padrões éticos”. “O sentido de responsabilidade com que estes temas são abordados é fundamental para que a Internet seja, cada vez mais, um espaço de liberdade”, indica. Dossier AE • Dia Mundial das Comunicações Sociais

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top