Lisboa, 10 jan 2018 (Ecclesia) – A Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) alertou hoje para o “sentimento de insegurança” da comunidade cristã na Índia, que aumentou após “dezenas” de ataques, principalmente de “grupos extremistas hindus”, na quadra do Natal.
“Está a desaparecer a confiança dos cristãos indianos no governo”, afirmou o presidente da Conferência Episcopal Indiana.
O cardeal Baselios Cleemis considerou que a quadra do Natal 2017 foi “uma das mais violentas” da história recente da Índia.
Neste contexto, a AIS realça que houve “um número sem precedentes de ataques” contra cristãos, “quase todos da responsabilidade de grupos extremistas hindus”.
Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, a fundação pontifícia contabiliza que, “pelo menos, 23 comunidades cristãs” foram atacadas durante o período das festas do Natal.
O foco vai para as localidades de Rajasthan e Madhya Pradesh onde as celebrações “foram invadidas por nacionalistas hindus que insultaram os fiéis”.
O presidente da Conferência Episcopal Indiana face ao aumento dos ataques e ameaças pediu às autoridades que respeitem e promovam a liberdade de culto como a previne Constituição do país asiático.
O secretariado português da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre considera que alguma violência pode ser explicada pela “crescente conversão dos ‘dalits’ – ou ‘intocáveis’” ao cristianismo, a base do complexo sistema de castas.
O Vishwa Hindu Parishad, “um dos mais importantes grupos nacionalistas hindus”, tem promovido “agressivas campanhas” contra as conversões que afirmam ser “fruto de engodo ou ameaças”, ou seja, “forçadas”.
O mais recente relatório sobre a Liberdade Religiosa na Índia, da fundação pontifícia, recorda que o primeiro-ministro indiano disse que “para o Governo, a Constituição é o seu verdadeiro livro sagrado”, a 8 de junho de 2016, nos Estados Unidos da América.
“Nesse livro sagrado, a liberdade religiosa, de expressão e de voto, e a igualdade para todos os cidadãos, independentemente dos seus antecedentes, estão consagradas como direitos fundamentais”, observou Narendra Modi, no poder em maio de 2014.
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