Índia: ameaças não afastam católicos do país

A promulgação de legislação anticonversão em vários Estados da Índia reforçou o fundamentalismo hindu, resultando num aumento do número de ataques a pessoas e instituições cristãs. O grupo de defesa dos direitos humanos International Christian Concern (ICC) denuncia que, nas últimas semanas, a situação piorou consideravelmente no Estado indiano de Himachal Pradesh (Norte do país), onde as autoridades locais aprovaram em finais de 2006 uma lei anticonversão, a qual proíbe as mudanças de fé efectuadas recorrendo a “meios fraudulentos de qualquer tipo, à lisonja, a formas de aliciamento ou à força”. A legislação permite que a pessoa possa recuar na sua “conversão” no prazo de 30 dias.. Segundo a ICC, o aumento do número de ataques contra instituições cristãs mostra que “há um nexo entre a legislação e a perseguição aos cristãos: em vez de promoverem a paz entre religiões, estas leis reforçaram o extremismo hindu”. Por não especificar mais do que estas três categorias, a lei anticonversão deixa espaço a interpretações arbitrárias. As sanções previstas não são leves: quem desrespeitar as normas pode ser condenado a três anos de prisão e a pagar uma multa de 50 mil rupias (cerca de 1000 Euros). A pena pecuniária duplica e os anos de prisão sobem para cinco se o convertido for um menor, uma mulher ou um dalit. O Cardeal Telesphore Placidus Toppo, presidente da Conferência Episcopal Indiana, disse ontem em Roma que ele mesmo já foi ameaçado por diversas vezes pelos fundamentalistas. “No passado dia 25 de Janeiro foi queimado um boneco com a minha imagem numa praça”, relata. Este responsável é o símbolo da determinação da comunidade católica na Índia: “muitos pensam que nós devemos ir embora, mas ficaremos. A palavra desespero não existe no nosso vocabulário”. Departamento de Informação da Ajuda à Igreja que Sofre

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