Incêndios: Pároco de freguesia de Sedielos acompanha a população preocupada com colheitas

«É complicado as pessoas verem arder o que investiram e lhes dá o sustento», diz o padre Sérgio Tomé

Peso da Régua, Vila Real, 27 ago 2013 (Ecclesia) – O incêndio que desde o dia 24 lavra em Ferraria e Sedielos, no Concelho de Peso da Régua, está a pôr em causa “futuras colheitas” e o sustento das populações explicou o padre Sérgio Tomé, pároco em Sedielos.

As preocupações da população prendem-se com os bens que possuem e são o seu sustento, como a madeira dos pinheiros e dos eucaliptos, as vinhas, a pastorícia e os soutos, estando ainda em causa a futura colheita das castanhas, onde “certamente haverá algum prejuízo este ano”, explica hoje o sacerdote à Agência ECCLESIA.

Esta situação não é nova uma vez que no ano passado “ficou tudo destruído”, causando “revolta e insatisfação” nas pessoas que sentem não haver “maior acompanhamento e vigilância”.

“É um bocado complicado as pessoas verem ar5der o que investiram e lhes dá o sustento”, assinala o padre Sérgio Tomé, que acompanha de perto as preocupações da população relativamente ao incêndio ativo desde sábado na freguesia de Sedielos e que, embora circunscrito à área da serra, já esteve próximo da aldeia vizinha de Ferraria.

“Neste momento o fogo apenas está a consumir mato na encosta da serra do Marão, na parte superior da freguesia, uma vez que os meios aéreos estão a combater para que não desça à aldeia”, contextualiza o sacerdote.

No decorrer da entrevista ouvem-se os meios aéreos e o pároco dá conta de “descargas [de água] para que o fogo não desça às populações de Aldarete, e mais concretamente à aldeia de Ferraria”.

O fogo, que está a ser combatido por 100 operacionais e 27 veículos, passou muito perto desta aldeia “mas foi possível evitar que consumisse alguns bens mais importantes das pessoas”.

Segundo o pároco, algumas zonas têm sido “poupadas ao longo dos anos” mas neste momento o reflorestamento efetuado “foi destruído”.

Por agora, pároco e paróquia prestam solidariedade e auxiliam as pessoas com o reconforto da palavra.

O padre Sérgio Tomé dá conta de uma “realidade recorrente” e apela ao “máximo cuidado” e ajuda fraterna.

No rescaldo a paróquia fará uma análise mais pormenorizada e, a verificar-se a necessidade de ajuda, o padre Sérgio Tomé garante o auxílio necessário. 

“Temos uma associação social de apoio a idosos e se for necessário também poderão ajudar outras pessoas”, revela o sacerdote.

Segundo o último balanço da Autoridade Nacional de Proteção Civil estão 20 incêndios florestais ativos, oito dos quais a envolver 810 bombeiros e 240 viaturas.

Segundo a Lusa, desde o início do ano cinco bombeiros perderam a vida no combate a incêndios em Portugal. 

CB/LS

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