Imprensa católica na transformação mediática

Papa destaca potencialidades das novas tecnologias, mas alerta para virtualização da realidade

Bento XVI destacou hoje, 7 de Outubro, a importância da imprensa católica, num momento de “profunda transformação” no mundo dos media e de virtualização da realidade.

“As novas tecnologias, além do progresso que transportam consigo, podem tornar intermutável o verdadeiro e o falso, podem levar a confundir o real com o virtual”, alertou, lamentando o tratamento de diversos acontecimentos como “espectáculo e não como ocasião de reflexão”.

O Papa falava numa audiência concedida aos participantes do Congresso sobre a Imprensa Católica, que reuniu em Roma, entre 4 e 7 de Outubro, cerca de 230 pessoas de 85 países, incluindo Portugal, por iniciativa do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais.

Para Bento XVI, a alteração do panorama mediático “parece pôr em causa o papel dos meios mais tradicionais e consolidados”, com um crescente peso da imagem na comunicação.

Nesse sentido, falou no “perigo de que o virtual afaste da realidade e não estimule à busca do verdadeiro, da verdade”.

Os jornalistas católicos, disse, “hão-de procurar apaixonadamente a verdade com a mente e o coração, mas também com o profissionalismo de operadores competentes e dotados de meios adequados e eficazes”.

“Isto é ainda mais importante no actual momento histórico, que exige que o jornalista seja mediador dos fluxos da informação, realizando uma profunda mutação”, prosseguiu.

Mesmo numa “civilização da imagem”, assinalou o Papa, “a palavra continua a ser o instrumento fundamental e, num certo sentido, constitutivo da comunicação”, conservando “todo o seu valor”.

Bento XVI sublinhou que o desafio da comunicação é “para a Igreja e para aqueles que partilham sua missão”, uma grande tarefa, em particular diante da “crise de fé existente na sociedade”.

“A ideia de viver como se Deus não existisse revelou-se perniciosa. O mundo precisa viver como se Deus existisse, caso contrário produz um humanismo desumano”, ressaltou.

Aos “queridos profissionais da imprensa católica”, o Papa deixou a missão de “ajudar o homem de hoje a orientar-se para Cristo, único Salvador, e a manter acesa no mundo a chama da esperança, para viver dignamente o presente e construir adequadamente o futuro”.

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Agência ECCLESIA

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