“O papel da paróquia na evangelização no mundo de hoje”; “A figura do pároco”; “Direitos e deveres dos fiéis”; “Bens eclesiásticos” e os “Conselhos Pastorais” foram aspectos que marcaram as XI Jornadas de Direito Canónico, realizadas em Fátima, de 28 a 30 de Abril e que tiveram como temática central «A Paróquia, Comunidade de Fiéis» – salientou à Agência ECCLESIA o Pe. Saturino Gomes, Director do Centro de Estudos de Direito Canónico (CEDC) da UCP. No fundo “fizemos um diagnóstico da vida paroquial” e “chamámos a atenção para o dinamismo da vida paroquial e da participação dos fiéis, e dos diversos movimentos, nesta dinâmica”. A paróquia “continua a ser um ponto de referência fundamental para a acção evangelizadora da Igreja” apesar de, nalgumas comunidades, a “concentração de poderes nos sacerdotes dificultar a evangelização e incentivar a desresponsabilização dos leigos” – salientaram alguns oradores nestas jornadas, o que levou o Pe. Saturino Gomes a referir que este aspecto “não é correcto porque todos são chamados a uma comunhão orgânica da vida da paróquia”. O padre deve exercer as “suas responsabilidades” mas os leigos “devem aderir ao nível da participação” – sublinhou o director do CEDC. Em relação ao papel dos leigos, este especialista refere que deve haver “colaboração mútua entre o sacerdócio comum e o sacerdócio ministerial”. E adianta: “deve haver respeito pelas competências, de modo que o pároco em comunhão com o seu bispo e com todos os fiéis, evitará introduzir no seu ministério pastoral formas de autoritarismo extemporâneo”. Apesar do Concílio estar a celebrar os seus 40 anos, o director do CEDC realça que este “só chegou de forma epidérmica a algumas paróquias”. Um acontecimento da Igreja que “precisa de ser aprofundado, conhecido e implementado na dinâmica pastoral. Está longe de ser concretizado”. Quando surgem rumores de um Concilio Vaticano III ainda “faltam muitos anos para que o Vaticano II seja recebido na mentalidade das pessoas e na vida das comunidades cristãs” – finalizou.