Imigrantes concentram-se no Litoral

Dioceses do Norte do Mondego aprofundam realidade migratória O panorama migratório está a sofrer alterações em Portugal. Os imigrantes que estavam nas dioceses do interior estão a deslocar-se para as cidades do litoral. Em declarações à Agência ECCLESIA Maria Eduarda Viterbo, representante do Secretariado das Migrações da diocese do Porto, revela que “estamos a receber cada vez mais gente vinda do interior do país”. Esta foi uma das conclusões apresentadas no encontro Inter-diocesano dos secretariados das migrações da zona norte do Rio Mondego, realizado na cidade do Porto. Trabalharam em Viseu, Lamego, Vila Real, Guarda e Coimbra mas depois procuram novas paragens porque pensam que o Porto é uma cidade “com mais possibilidades” e está “aqui situado o Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAI)”. Aqueles que ficam no interior é porque “já estão instalados e integrados”. Apesar de estarem a residir em Portugal há alguns anos, estes ainda continuam a ministrar cursos de português. “As nossas valências não diminuíram o número de inscrições” – sublinha Maria Eduarda Viterbo. Alguns deles já finalizaram o curso de três anos mas “continuamos a ter procura”. Até porque chegam com frequência alguns jovens para se juntar às suas famílias. A realidade migratória na diocese do Porto “é muito diferente de Lisboa”. O auxílio prestado pelo Secretariado diocesano das migrações destina-se essencialmente aos imigrantes de Leste. “No nosso atendimento mais de 90% são imigrantes de Leste” – disse aquela representante. E acrescenta: “ocasionalmente é que aparece um ou outro imigrante africano ou do Brasil”. Ao nível da integração – reconhece Maria Eduarda Viterbo – esta depende do país de origem. “Há comunidades com maior facilidade do que outras” mas “enraizar-se na nossa sociedade é pedir muito”. Aqueles que são naturais dos países mais orientais do leste da Europa “têm mais facilidade e são normalmente os de maior sucesso”. Os do lado ocidental da Europa de Leste como “são mais fechados e têm mais dificuldade de adaptação”. Inicialmente, os imigrantes de Leste quando chegaram pensavam apenas angariar dinheiro e depois voltarem às suas origens. Com base nos acontecimentos ocorridos nos seus países, “grande parte do imigrantes de leste, essencialmente os da Ucrânia, pensam ficar no nosso país”. Segundo comentários deles – frisou a responsável – “com as eleições a situação piorou porque existe cada vez mais corrupção”. Situações frágeis mas continuam a “ser explorados por patrões”. E finaliza: “todos os dias recebo queixas de imigrantes a quem o patrão não pagou ou então roubou o dinheiro dos descontos”.

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