Imaculada Conceição: Papa emociona-se ao recordar guerra na Ucrânia, em oração à Virgem Maria (c/fotos e vídeo)

Francisco volta a cumprir tradicional homenagem pública em Roma, após dois anos de cerimónia privada, por causa da pandemia

Roma, 08 dez 2022 (Ecclesia) – O Papa emocionou-se hoje, ao recordar as vítimas da guerra na Ucrânia, durante uma homenagem à Imaculada Conceição, no centro de Roma.

“Virgem Imaculada, hoje eu gostaria de trazer-te a ação de graças do povo ucraniano pela paz que há muito tempo pedimos ao Senhor”, disse Francisco, numa passagem da sua oração em que se comoveu e chorou, perante centenas de pessoas que acompanhavam a cerimónia.

“Em vez disso, ainda tenho de apresentar-te a súplica das crianças, dos idosos, dos pais e mães, dos jovens daquela terra martirizada, que sofre tanto. Mas na realidade todos nós sabemos que tu estás com eles e com todos os que sofrem, assim como estavas ao lado da cruz do teu filho”, acrescentou, na homenagem anual que acontece a 8 de dezembro, na Praça de Espanha.

Francisco tinha antes rezado pela paz, na Basílica de Santa Maria Maior, da capital italiana, diante da imagem da “Salus Populi Romani”.

Já na Praça de Espanha, minutos depois, decorreu a tradicional homenagem diante da imagem da Virgem Maria, colocada no alto de uma antiga coluna romana, na qual foi colocada uma grinalda de rosas brancas, oferecida por Francisco.

Nossa Mãe Imaculada, hoje o povo romano se reúne ao teu redor. As flores colocadas a teus pés, por muitas entidades da cidade, expressam o amor e a devoção por ti, que cuidas de todos nós. E tu vês e acolhes as flores invisíveis que são tantas invocações, tantas súplicas silenciosas, às vezes sufocadas, escondidas, mas não para ti, que és Mãe”.

O Papa recordou que a homenagem foi feita de forma privada, nos últimos dois anos, devido à pandemia de Covid-19.

“Hoje volto a ti com o povo, desta Igreja e desta cidade. E trago até ti os agradecimentos e súplicas de todos os teus filhos, próximos e distantes. Do Céu, onde Deus te acolheu, vês as coisas terrenas muito melhor do que nós; mas como Mãe, escutas as nossas invocações para apresentá-las ao teu Filho, ao seu coração cheio de misericórdia”, disse Francisco, na sua oração.

O texto evocou “o amor filial de inúmeros homens e mulheres, não só cristãos”, em relação à Mãe de Jesus.

“Trago-te os sorrisos das crianças, que aprendem o teu nome diante da tua imagem, nos braços das suas mães e avós, e começam a saber que também têm uma Mãe no Céu. E quando, na vida, acontece que esses sorrisos dão lugar às lágrimas, como é importante ter-te conhecido, ter tido de presente a tua maternidade”, acrescentou.

Trago-te a gratidão dos mais velhos e dos mais velhos: um agradecimento que se une à sua vida, tecida de lembranças, de alegrias e tristezas, de objetivos que eles bem sabem que alcançaram com a tua ajuda, segurando a sua mão”.

Numa referência à atual crise económica, Francisco recordou as famílias com dificuldades para “fazer face às despesas em casa”.

“Trago-te os sonhos e as angústias dos jovens, abertos ao futuro, mas travados por uma cultura cheia de coisas e pobre de valores, saturados de informação e carentes no educar, persuasivos em enganar e impiedosos em dececionar. Recomendo especialmente as crianças mais afetadas pela pandemia, para que, aos poucos, comecem a sacudir e abrir as asas, e redescubram o prazer de voar alto”, prosseguiu.

O oração concluiu-se com uma invocação à Virgem Maria, para que todos possam “continuar a acreditar e esperar que o amor vença o ódio, a verdade vença a mentira, o perdão vença a ofensa, a paz vença a guerra”.

O monumento da Praça de Espanha, em Roma, foi criado pelo arquiteto Luigi Poletti e pelo escultor Giuseppe Obici, em homenagem ao dogma da Imaculada Conceição, proclamado pelo Papa Pio IX em 1854.

OC

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Agência ECCLESIA

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