Imaculada Conceição: Francisco evoca vítimas das guerras e mães em luto

Papa presidiu a cerimónia de homenagem, no centro de Roma

Foto VaticanMedia

Roma, 08 dez 2023 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje à tradicional homenagem à Imaculada Conceição, no centro de Roma, evocando as vítimas da guerra em todo o mundo e as mães em luto

“Tu, Mãe, dirige o teu olhar de misericórdia para todos os povos oprimidos pela injustiça e pela pobreza, atingidos pela guerra; olha para o martirizado povo ucraniano, para o povo palestino e para o povo israelita, mergulhados de novo na espiral da violência”, disse, durante a oração que proferiu na Praça de Espanha, acompanhado por centenas de pessoas.

Francisco foi acolhido pelo cardeal Angelo de Donatis, vigário para a Diocese de Roma, e pelas autoridades civis, onde presidiu à oração, após a entrega simbólica de um ramo de flores.

“Precisamos de ti, Mãe, porque tu és a Imaculada Conceição. A tua pessoa, o próprio facto de existires lembra-nos que o mal não tem a primeira nem a última palavra; que o nosso destino não é a morte, mas a vida, não o ódio, mas a fraternidade, não o conflito, mas a harmonia, não a guerra, mas a paz”, disse, na oração que recitou.

O Papa disse apresentar-se diante da Virgem Maria com “o coração dividido entre a esperança e a angústia”, apresentando na sua oração as mães que estão de luto”.

“Mães que choram os seus filhos mortos pela guerra e pelo terrorismo. As mães que os veem partir em viagens de desesperada esperança. E também as mães que tentam libertá-los dos laços da toxicodependência, e aquelas que velam por eles numa longa e dura doença”, acrescentou.

Francisco recordou todas as mulheres que “sofreram violência e as que ainda são vítimas dela, nesta cidade [Roma], na Itália e em todas as partes do mundo”.

“Tu conhece-las, uma a uma, conheces os seus rostos. Seca as suas lágrimas e as dos seus entes queridos, pedimos-te. E ajuda-nos a fazer um caminho de educação e de purificação, reconhecendo e opondo-nos à violência que espreita nos nossos corações e nas nossas mentes e pedindo a Deus que nos livre dela”, acrescentou.

Mostra-nos de novo, ó Mãe, o caminho da conversão, porque não há paz sem perdão e não há perdão sem arrependimento. O mundo muda se os corações mudarem; e cada um deve dizer: a começar pelo meu”.

A oração começou por agradecer a presença da Virgem Maria na vida das pessoas e famílias, que lhes oferece “conforto e esperança”.

“Em silêncio, dia e noite, velais por nós: pelas famílias, com as suas alegrias e preocupações – bem o sabeis; pelos locais de estudo e de trabalho; pelas instituições e repartições públicas; pelos hospitais e lares de idosos; pelas prisões; pelos que vivem na rua, nas paróquias e em todas as comunidades da Igreja de Roma”, pediu.

Antes de chegar ao local, Francisco visitou a Basílica de Santa Maria Maior, para homenagear o ícone de Nossa Senhora, ‘Salus Populi Romani’, com a Rosa de Ouro.

O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.

OC

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Agência ECCLESIA

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