Imaculada Conceição: Bispo de Lamego destaca «comunicadores» da Palavra de Deus

D. António Couto fala em desafio para humanidade que se esconde de Deus

Lamego, Viseu, 09 dez 2014 (Ecclesia) – O bispo de Lamego explicou com o exemplo de Maria e São João Batista, os “troncos sólidos” que escutam e anunciam a Palavra de Deus num tempo em que o homem está “em fuga”, na Sé Catedral.

“Esta celebração da Mãe de Deus e nossa Mãe e Padroeira Principal de Portugal é um desafio imenso para o homem «em fuga» deste tempo, que se esconde de si mesmo, que continua a esconder-se de Deus, e que pretende esconder Deus, retirando-o da via pública e da vida pública”, revelou D. António Couto, esta segunda-feira, na Solenidade da Imaculada Conceição.

Neste contexto, na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o prelado citou o filósofo alemão Martin Heidegger porque atravessa-se “verdadeiramente a ‘noite do mundo’” e o escritor italiano Salvatore Quasimodo: «Cada um está sozinho no coração da terra/ atravessado por um raio de sol:/ e é logo noite.»

No sentido contrário foi explicado que Maria está “em linha com a Palavra de Deus” e que não deve ser perturbada porque “não se cansa de escutar com o coração”.

“Maria ao telefone com Deus mas este telefone não foi instalado pela PT, tão-pouco é um telemóvel que se possa trazer no bolso. Vendo mais de perto, este telefone toca no coração”, acrescentou D. António Couto.

Na Eucaristia na Catedral diocesana dedicada à Imaculada Conceição, e na lógica da comunicação o bispo comentou que São Paulo, na Carta aos Efésios, “adverte” que a instalação deste telefone, desta “Palavra de graça” é obra de Deus, “não da PT”, que escolheu o seu povo “antes da criação do mundo” e “fez filhos no seu Filho”.

O prelado de Lamego destacou também o “memorial de beleza incandescente” que é a Basílica da Anunciação, em Nazaré, foi inaugurada a 25 de março de 1969, e que com as obras ainda em curso foram descobertos “os majestosos pilares de uma Catedral de 1099” e descendo mais tem-se acesso à Gruta da Anunciação onde se lê, sob o altar, «Aqui o Verbo se fez carne».

D. António Couto contextualizou ainda que este domingo, as leituras já tinham apresentado a “lição magistral de um homem sólido e firme como um tronco”, São João Batista, que é “como um poste telefónico, uma antena de comunicação” que em linha com o profeta Isaías e com Deus, cuja “Palavra grita no deserto”, ou no “desertificado, árido, endurecido” coração de cada um.

“Estes troncos sólidos, estes postes firmes, estes finos fios sãos semelhantes aos postes e aos fios do telefone, das comunicações, da comunicação”, observou referindo-se a São João Batista e a Maria, uma “obra de Deus”.

CB

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