II Concílio do Vaticano: Qual o teólogo mais utilizado nos documentos?

Os documentos emanados do II Concílio do Vaticano (1962-65) tiveram como base muito da Teologia Paulina. São Paulo foi o teólogo mais utilizado na assembleia magna convocada pelo Papa João XXIII e depois continuada com o seu sucessor, Paulo VI.

Os documentos emanados do II Concílio do Vaticano (1962-65) tiveram como base muito da Teologia Paulina. São Paulo foi o teólogo mais utilizado na assembleia magna convocada pelo Papa João XXIII e depois continuada com o seu sucessor, Paulo VI.

Com base nos vários decretos e constituições conciliares, os padres do concílio recorreram aos escritos paulinos mais de 200 vezes, para os iluminar e a clarificar a leitura do Evangelho para o nosso tempo.

É em São Paulo que “repousa toda a Teologia do Espírito Santo, de que se socorrer continuamente o Concílio, toda a Teologia do mistério da Igreja, desenvolvida na Carta aos Efésios, a Teologia de Missão e da colegialidade episcopal, a doutrina sobre a unidade e diversidade dos carismas e ministérios” (Cf. A. Torres Neiva, In: Revista «Vida Consagrada»; Julho de 2008).

As cartas de São Paulo mais citadas pelo Concílio são as cartas aos Efésios, aos Coríntios, aos Romanos, aos Colossenses e a Filémon. Os documentos que mais necessidades tiveram da ajuda de São Paulo foram as constituições sobre a Igreja e sobre a sagrada liturgia.

“Os leigos foram sempre a mão direita de São Paulo”, e ele mesmo se encarregou de apresentar os colaboradores e as diversas equipas que com ele trabalhavam no anúncio do Evangelho. Neste contexto, o Decreto sobre o Apostolado dos Leigos baseia-se na Teologia Paulina, cujas cartas assinalam com frequência a atividade dos leigos, nos primeiros séculos da igreja. Cf. A. Torres Neiva, In: Revista «Vida Consagrada»; Julho de 2008).

Em relação à Declaração sobre a Liberdade Religiosa, a Carta de São Paulo aos Romanos tem na doutrina do «apóstolo dos gentios» a sua referência fundamental. Quanto à doutrina sobre os carismas e ministérios, o recurso foi o da primeira Carta aos Coríntios, onde essa doutrina é exposta com particular relevância.

O debate sobre o sacerdócio, como o da colegialidade episcopal, “foi talvez o debate mais vivo de todo o concílio”. De facto, até ao II Concílio do Vaticano, a imagem do padre que vigorava na Igreja era a do padre do Concílio de Trento, realizado vários séculos antes, o padre da Eucaristia e para o sacramento da penitência. O padre das mãos sagradas, para consagrar e abençoar. A imagem do padre do II Concílio do Vaticano foi encontrada na Carta aos Hebreus, o único documento do Novo Testamento que nos apresenta uma teologia do sacerdócio.

LFS

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Agência ECCLESIA

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