Na visita que o Papa Paulo VI fez à Terra Santa (janeiro de 1964), o discurso proferido em Belém foi um dos pilares centrais do seu pontificado. Esta visita, anunciada na alocução de encerramento da segunda sessão do II Concílio do Vaticano, iluminou e tornou ?mais firme a fé dos homens?.
Na visita que o Papa Paulo VI fez à Terra Santa (janeiro de 1964), o discurso proferido em Belém foi um dos pilares centrais do seu pontificado. Esta visita, anunciada na alocução de encerramento da segunda sessão do II Concílio do Vaticano, iluminou e tornou “mais firme a fé dos homens”.
Na célebre mensagem de Belém, o sucessor de João XXIII faz apelos fortes e realça que os ensinamentos conciliares devem assegurar à vida da Igreja “uma nova maneira de sentir, de querer e de se comportar”. (IN: Boletim de Informação Pastoral (BIP) Ano VI, 1964, Março-Abril, Nº 30). Neste caminho vai ser necessário “um esforço unânime a que todos os grupos devem juntar a sua colaboração”, disse o Papa Paulo VI em Belém. No trajeto conjunto, a beleza espiritual deve ser reencontrada sob todos os aspectos: “no domínio do pensamento e da palavra, na oração e nos métodos de educação, na arte e na legislação canónica”.
Como o problema da unidade não pode ser iludido, Paulo VI sublinhou que o convite não é apenas para os católicos que já pertencem ao rebanho de Cristo, mas não se pode “deixar de dirigir o mesmo convite aos irmãos cristãos que não estão em comunhão perfeita connosco. A partir de agora, todos vêem claramente que o problema da unidade não pode ser iludido” (IN: Boletim de Informação Pastoral (BIP) Ano VI, 1964, Março-Abril, Nº 30, Pág 6). O Papa que deu seguimento à convocatória e ao início do II Concílio do Vaticano (1962-65) disse, na peregrinação à Terra Santa, que mesmo nas “circunstâncias particulares” daquele tempo, os resultados não podem ser obtidos com prejuízo para as verdades da fé.
O Papa Montini afirma também na sua peregrinação á Terra Santa que os cristãos olham o mundo “com imensa simpatia” e acrescenta: “Se o mundo se sente estrangeiro ao cristianismo, o cristianismo não se sente estrangeiro ao mundo, seja qual for o aspecto sob o qual este último se apresente e qualquer que seja a atitude que adopte a seu respeito”.
A missão do cristianismo passa pela amizade entre os homens da terra, “uma missão de compreensão, de encorajamento, de promoção e de elevação”. Apesar do homem moderno ter o brio “em fazer as coisas, por si próprio; inventar coisas novas” e realizar o que é admirável. (In: BIP -Ano VI, 1964, março-abril, Nº 30, Pág 7). Mas todas estas realizações “não o tornam nem melhor nem mais feliz; não proporcionam aos problemas do homem uma solução radical, definitiva e universal. O homem, sabemo-lo ainda, luta contra si próprio; conhece dúvidas atrozes”.
Paulo VI não esquece também de deixar um apelo aos governantes na hora de deixar Belém, lugar onde nasceu, há cerca de vinte séculos, o “Príncipe paz”. “Que os governantes escutem este grito” do coração e que realizem esforços “generosos para assegurar à humanidade a paz a que ela aspira com tanto ardor”. E completa o seu discurso: “Que encontrem junto do Altíssimo e no mais íntimo da sua consciência de homens, uma inteligência mais clara, uma vontade mais ardente e um espírito renovado de concórdia e de generosidade, a fim de a todo custo evitarem ao mundo as angústias e os horrores de uma nova guerra mundial, cujas consequências seriam incalculáveis”.
LFS