Igreja: Futebol como forma de «cativar» os jovens

Padre António Marcelino encara desporto-rei como uma paixão e «grande oportunidade» de evangelização

Lisboa, 03 jun 2014 (Ecclesia) – A paixão pelo futebol e a confiança na sua componente pastoral leva o padre António Marcelino, já muito depois de ter arrumado as chuteiras, a ser o principal impulsionador dos torneios interturmas no colégio salesiano do Estoril.

“Se um educador tem saúde e gosto por esta modalidade, é uma maneira de cativar os miúdos naquilo que eles gostam para depois~, eventualmente, fazer outras propostas”, mais “educativas” ou “religiosas”, aponta o sacerdote, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Desde cedo que o desporto-rei ocupou um espaço preponderante na vida do padre de 54 anos e antigo aluno salesiano no Funchal.

O “bichinho” entrou no seu coração “ainda antes de pensar” em abraçar a Vida Consagrada e continuou a acompanhá-lo depois de assumir o seu ministério, há 26 anos atrás.

“Quantas e quantas futeboladas jogava com os miúdos, muitas vezes retirando os miúdos das aulas, com autorização do professor obviamente, para o desporto-rei que adorava praticar”, recorda o sacerdote.

Para o padre António Marcelino, a Igreja Católica, ao andar “um bocadinho desligada” do desporto, tem perdido “uma grande oportunidade” de evangelização.

“No campo da pastoral, não podemos pensar que os miúdos são chamados para as coisas que nós gostamos”, há que estar “com eles, no terreno”, reforça.

“Hoje não podendo jogar futebol por questões físicas”, a organização dos torneios é uma forma de matar saudades da bola e de continuar com esse trabalho de evangelização.

O último grande desafio foi a preparação da 21.ª edição dos Jogos Nacionais Salesianos, que decorreram no Estoril em maio deste ano.

As competições são delineadas com o mesmo cuidado com que é planeada “a catequese” ou “uma eucaristia”, porque “aquilo que é importante para os miúdos tem de ser importante” para qualquer agente pastoral, frisa.

Com o Mundial do Brasil à porta, o sacerdote salesiano aproveita para recordar que o próprio Papa Francisco, quando esteve no Rio de Janeiro para as Jornadas Mundiais da Juventude, “utilizou muitas vezes” a linguagem “desportiva” para convidar os mais novos a “pertencer à equipa de Cristo”.

O padre António Marcelino sublinha também a importância do desporto em geral enquanto “veículo importantíssimo para a paz e não só, o respeito pelo outro, pela diferença, também da religião”.

Antes da seleção nacional partir para terras canarinhas, a comunidade salesiana do Estoril teve oportunidade de oferecer ao selecionador Paulo Bento um CD com um hino de apoio.

“Vamos todos ao Brasil conquistar o mundial, a vitória será nossa, força força Portugal”, foi este o refrão dedicado à equipa das quinas.

Ao longo desta semana, o programa ECCLESIA (Antena 1, 22h45) vai ser dedicado ao desporto-rei, na antecâmara para o Mundial no Brasil que começa dia 12 de junho, e apresentar testemunhos que juntam “fé e futebol”.

SN/JCP

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