II Concílio do Vaticano: Diocese do Porto em missão para combater o «amorfo»

No último ano do II Concílio do Vaticano (1962-1965), a Diocese do Porto entrou numa dinâmica missionária. O administrador apostólico do Porto, D. Florentino de Andrade e Silva porque o bispo titular, D. António Ferreira Gomes, estava exilado, escreveu uma carta pastoral, em março de 1965, sobre «A Diocese em Missão».

No último ano do II Concílio do Vaticano (1962-1965), a Diocese do Porto entrou numa dinâmica missionária. O administrador apostólico do Porto, D. Florentino de Andrade e Silva porque o bispo titular, D. António Ferreira Gomes, estava exilado, escreveu uma carta pastoral, em março de 1965, sobre «A Diocese em Missão».

Nesse documento, o prelado realça que o II Concílio do Vaticano – convocado pelo Papa João XXIII – nasceu de uma “ideia de atualização e ajustamento às realidades históricas e que o lábaro da renovação sobre ele erguido e desfraldado” pelo «bom Papa João» “não foi nem será jamais apeado” (Cf. António Teixeira Fernandes, In: «Para a História da Diocese do Porto – Dom Florentino de Andrade e Silva – Obras e movimentos, escritos pastorais (1959-1969), pág 203).

Para o bispo natural de Santa Maria da Feira e nascido a 09 de abril de 1915, a missão deve ser “longamente preparada”. Além do pároco, clero da zona e missionários, hão-de ser chamados a colaborar nessa preparação “as obras paroquiais, devidamente apoiadas e orientadas pelas direções diocesanas respetivas e suas delegações regionais”, escreveu D. Florentino de Andrade e Silva na Carta Pastoral «A Diocese em Missão», datada de 25 de março de 1965.

O documento realça também que “a paróquia não é multidão amorfa”, mas “porção organizada do povo de Deus”. “A paróquia é um corpo social, uma espécie de miniatura da Igreja: nela, como em toda a Igreja, a organização é para servir a vida e deve aperfeiçoar-se e enriquecer-se conforme a vida o exige”, lê-se no documento deste bispo que participou em todas as sessões desta assembleia magna convocada pelo Papa João XXIII.

Na missiva à Diocese do Porto, D. Florentino de Andrade – ordenado padre a 31 de outubro de 1937 e no último dia do ano de 1954 foi nomeado bispo titular de Heliossebaste e auxiliar da diocese do Porto – sublinha que pessoas de “real mérito e valor devem ser convidadas a servir nas obras paroquiais”, cujas direções precisam de agremiar os “melhores elementos e tornar-se os mais influentes grupos de escol da paróquia”. Apesar de reconhecer que esses elementos “rareiam”, o administrador apostólico do Porto pede para que “em vez de nos conformarmos com uma penúria talvez só aparente, tentemos descobri-las e valorizá-las”.

D. Florentino de Andrade recebeu a ordenação episcopal a 27 de março de 1955, na Sé do Porto e devido ao exílio de D. António Ferreira Gomes foi nomeado, pela Santa Sé, administrador apostólico desta mesma diocese, cargo que desempenhou de 08 de outubro de 1959 a 30 de junho de 1969.

LFS

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