II Concílio do Vaticano: Cartas de Roma do cardeal Cerejeira (I)

Durante o período conciliar, o cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira teve de sujeitar-se a “duas melindrosas operações cirúrgicas”, realça a obra «Cartas de Roma» de D. Manuel Gonçalves Cerejeira e editada pela União Gráfica. Apesar de tão intensa atividade, exercida em precárias condições de saúde, ainda conseguiu, ao longo da IV sessão conciliar, escrever uma série de cartas de Roma.

No I Concílio do Vaticano, a representação portuguesa, limitou-se aos prelados de Lamego, Algarve, Funchal e Cabo Verde, acompanhados pelo deão da Sé do Funchal, pelo pároco da Sé de Braga e por alguns eclesiásticos da Covilhã. “Cremos que nenhum teve qualquer intervenção”, lê-se na obra «Cartas de Roma» de D. Manuel Gonçalves Cerejeira e editada pela União Gráfica.

Em relação ao II Concílio do Vaticano (1962-65), convocado pelo Papa João XXIII e finalizado pelo Papa Paulo VI, estiveram presenta cerca de quatro dezenas de bispos portugueses da metrópole e do ultramar, entre os quais dois cardeais, e houve várias intervenções públicas.

Um dos cardeais presentes, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, participou nas quatro sessões conciliares e interveio na 15ª congregação geral (9-11-1962) sobre o calendário litúrgico e artes sacras, na 20ª (16-11-1962) sobre as fontes da revelação e na 57ª (29-10-1963) sobre a vocação universal para a santidade (esquema «De Ecclesia»).

Na 157ª Congregação Geral (10-11-1965), o cardeal Cerejeira foi convidado a expor o pensamento da Conferência Episcopal Portuguesa acerca da questão das indulgências. A 6 de dezembro de 1965, o cardeal patriarca de Lisboa convidou, por intermédio de monsenhor Felici, todos os padres conciliares para o Congresso Mariano e Mariológico marcado para agosto de 1967, a propósito do cinquentenário das aparições da Cova da Iria.

À margem do II Concílio do Vaticano, o cardeal Cerejeira saudou o Papa Paulo VI, a 17 de setembro de 1963, na visita feita à Igreja de Santo António dos Portugueses e, no dia 22 do mesmo mês, presidiu em Pádua (Itália), às cerimónias de encerramento do VII centenário da trasladação do corpo de Santo António. A 1 de dezembro de 1965 apresentou ao Papa Montini o grupo de crianças do Patriarcado de Lisboa que foram a Roma entregar ao sucessor de João XXIII um exemplar dos evangelhos copiados e ilustrados por elas e uma edição fac-similada dos «Lusíadas».

Durante o período conciliar, o cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira teve de sujeitar-se a “duas melindrosas operações cirúrgicas”, realça a obra «Cartas de Roma» de D. Manuel Gonçalves Cerejeira e editada pela União Gráfica. Apesar de tão intensa atividade, exercida em precárias condições de saúde, ainda conseguiu, ao longo da IV sessão conciliar, escrever uma série de cartas de Roma. Ao todo são 10 cartas que abordam várias temáticas conciliares e que serão objeto de análise no próximo texto sobre o II Concílio do Vaticano.

LFS

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