II Concílio do Vaticano: A língua de Camões ouviu-se na Basílica de São Pedro

O arcebispo de Lourenço Marques (Moçambique), D. Custódio Alvim, e o arcebispo de Évora, D. Manuel Trindade Salgueiro, foram os primeiros padres conciliares portugueses a discursar na I sessão do II Concílio do Vaticano que decorreu de 11 de Outubro a 08 de Dezembro de 1962.

O arcebispo de Lourenço Marques (Moçambique), D. Custódio Alvim, e o arcebispo de Évora, D. Manuel Trindade Salgueiro, foram os primeiros padres conciliares portugueses a discursar na I sessão do II Concílio do Vaticano que decorreu de 11 de Outubro a 08 de Dezembro de 1962.

Na 10ª Congregação Geral (discussão do capítulo sobre o mistério da Eucaristia), os prelados portugueses fizeram reflexões sobre este sacramento onde se debateu a introdução “do vernáculo na parte didática da missa” e “acentuou-se a vantagem de uma rica seleção” de textos das escrituras. Nesse mesmo dia, a Comissão Pontifícia do Estado do Vaticano ofereceu aos padres conciliares duas séries de selos postais.

D. Agostinho de Moura, bispo de Portalegre-Castelo Branco, na 12ª Congregação Geral (também sobre a missa) foi o terceiro padre conciliar português que discursou na aula magna da Basílica de São Pedro.

Na 13ª congregação (sobre sacramentos e sacramentais), o prelado de Angra (Açores), D. Manuel Afonso de Carvalho também ajudou na reflexão e na 15ª congregação foi a vez de D. Manuel Gonçalves Cerejeira, cardeal-patriarca de Lisboa, falar sobre o ofício divino.

D. Sebastião Soares de Resende, bispo da Beira (Moçambique), fez duas intervenções na I sessão do concílio convocado pelo Papa João XXIII: O calendário litúrgico e artes sacras (17ª congregação) e sobre os meios de comunicação social (27ª congregação). A 30ª congregação (sobre a unidade da Igreja) teve a participação de dois bispos portugueses: D. Manuel Trindade Salgueiro e D. Abílio Augusto Vaz das Neves, bispo de Bragança-Miranda.

O debate sobre as fontes da revelação também recebeu o contributo dos padres conciliares portugueses: D. Manuel Gonçalves Cerejeira e D. David de Sousa, bispo do Funchal.

Nos primeiros três meses do II Concílio do Vaticano, o maior acontecimento da Igreja católica, recebeu o contributo reflexivo de nove bispos portugueses. Três deles (D. Manuel Gonçalves Cerejeira, D. Sebastião Soares de Resende e D. Manuel Trindade Salgueiro) fizeram duas intervenções cada.

Durante o longo intervalo que separa o fim da primeira sessão do concílio e o início do segundo, a 08 de Setembro de 1963, é “necessário proceder a novo exame e aperfeiçoamento dos projetos tendo em conta o trabalho já realizado”, referem as normas para os trabalhos durante o intervalo entre a primeira e a segunda sessão do concílio. Nas normas pede-se também para que se trate, especialmente, dos problemas gerais, “deixando de lado os problemas particulares”.

LFS

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