Igreja valoriza papel e presença nos media

Responsáveis católicos e especialistas debateram importância das redes sociais e presença eclesial no setor

Lisboa, 08 mai 2013 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal responsável pelo setor dos media, em Portugal, disse hoje que estes são um dos “potentes motores” da sociedade, destacando o potencial das tecnologias da comunicação na defesa da “verdade”.

“Se não queremos contribuir para o aviltamento de uma sociedade marcada pela cobardia temos de combater as muitas tentações a que se presta a mentira: a tentação da vingança mesquinha, da vaidade vazia, do lucro fácil”, alertou D. Pio Alves, na sessão de apresentação do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais, que decorreu em Lisboa.

“Os media não são apenas o espelho da sociedade: são também um dos seus potentes motores”, acrescentou.

O Dia Mundial, marcado para domingo, tem como tema ‘Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização’, por decisão de Bento XVI.

O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, disse que o Papa emérito assumiu “com realismo” as potencialidades das redes sociais, como o Twitter ou o Facebook, que reúnem centenas de milhões de pessoas.

“Hoje, como sempre, a Igreja saberá vencer a tentação fácil de se fechar sobre si mesma e fugir de uns magníficos recursos”, declarou D. Pio Alves.

O bispo auxiliar do Porto admitiu que “o mundo de possibilidades de comunicação” não faz “ignorar os seus riscos”, mas sustentou que “as suas limitações não podem fazer com que a Igreja e a sociedade voltem as costas a esta nova maravilha do engenho humano”.

D. Pio Alves considera que a Igreja Católica não tem investido “suficientemente” na divulgação da sua presença das redes sociais e na internet, afirmando que há “muitas iniciativas, algumas delas com enorme sucesso, enorme qualidade e muitas visitas, mas que mesmo assim passam ainda ao lado do grande público”.

Já para o diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, cónego João Aguiar, faz falta um texto orientador para a ação da Igreja no setor.

“Sonho com um documento que seja realmente uma reflexão sobre a Pastoral da Comunicação, suficientemente estruturada e organizada”, referiu. 

A sessão contou ainda com uma intervenção de Filipa Martins, da Portugal Telecom, a qual abordou o desenvolvimento tecnológico das redes sociais, frisando que se está a falar num fenómeno “iminentemente social” que serve para “pôr as pessoas em contacto”.

Para a conferencista, há contributos destas redes para toda a sociedade, como a interação, a disponibilização de notícias ou a maior facilidade de comunicação e organização entre indivíduos.

O cónego João Aguiar  lembrou que a celebração do Dia Mundial foi determinada pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), para pedir “ação e apoio material” para o compromisso católico neste setor.

O responsável elogiou o trabalho dos profissionais dos media cumprido em circunstâncias “progressivamente mais difíceis” e convidou à descoberta das “necessidades de comunicação da Igreja portuguesa”.

Bento Oliveira, professor e dinamizador de diversos projetos, como o site ‘imissio’, falou do “perfil do iEvangelizador”, com a exigência de “criatividade” perante “uma ampla transformação cultural”.

“A rede está a mudar a nossa forma de evangelizar”, admitiu, falando num “ambiente cultural que determina um estilo de pensamento”.

OC

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