Igreja: Unidade europeia faz-se de valores, sem medo do Cristianismo – Cardeal Angelo Bagnasco

Novo presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa falou dos desafios atuais no continente

Lisboa, 24 out 2016 (Ecclesia) – O novo presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), cardeal Angelo Bagnasco, disse à Agência ECCLESIA que a unidade entre povos do Velho Continente exige partilha de valores morais e espirituais, mais do que económicos.

“Estou convencido de que há necessidade da Europa, da Europa unida”, declarou o arcebispo de Génova (Itália), que acompanhou em Portugal os trabalhos do encontro de bispos católicos de rito oriental, concluído este domingo em Fátima.

Para este responsável, eleito no início do mês para liderar o CCEE, o fundamento do caminho europeu deve ser “um forte património de ideais, de espiritualidade”, porque a economia, a política ou as finanças “não chegam”.

Um caminho de unificação europeia que exige respeito pela “história e a identidade” de cada povo, para que haja “uma Europa dos povos, das nações”, acrescenta.

D. Angelo Bagnasco considerou que, perante os desafios levantados pela secularização e por uma ideia de “liberdade individualista”, a Igreja Católica deve propor uma “cultura que nasce do Evangelho e é universal”.

“Penso que a Europa tem medo do Evangelho, tem medo da sua história”, lamentou.

O presidente do CCEE assumiu a importância das questões levantadas pela defesa da vida e da família em todos os países europeus.

“Ir contra a vida e família não faz o homem mais feliz”, advertiu.

O CCEE, que congrega 33 conferências episcopais, incluindo a portuguesa, quer ser um espaço de partilha entre os vários organismos, ajudando a identificar temáticas políticas e culturais que se possam “enfrentar em conjunto”.

Para o cardeal Bagnasco, um desses temas é a questão dos refugiados, na qual a Igreja Católica é convidada a seguir o “estímulo e a palavra” do Papa Francisco.

O arcebispo de Génova sublinhou que a Itália está “na primeira linha” da resposta, até porque ali chegam milhares de pessoas “há muito tempo”.

“Um país não pode assumir sozinho este compromisso”, sustentou.

A resposta solidária tem contado com o apoio da comunidade cristã, que agora aponta para uma segunda fase, a da “integração”, para que esta seja “inteligente” e “respeitosa”, de parte a parte.

O também presidente da Conferência Episcopal Italiana vai visitar a 26 de outubro e 9 de novembro as zonas atingidas pelo sismo de agosto, na região central do país, e elogiou a “coragem” das populações atingidas.

PR/OC

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