Igreja/Trabalho: Liga Operária Católica mostra preocupações

Coordenadora nacional teme consequências da austeridade e de visão excessivamente «economicista» do desenvolvimento

Lisboa, 21 mar 2012 (Ecclesia) – A coordenadora nacional da Liga Operária Católica (LOC/MTC) alertou hoje para a necessidade “urgente” de outro tipo de desenvolvimento, criticando uma visão “economicista” que valoriza apenas a “diminuição do défice”.

Fátima Almeida disse ainda à Agência ECCLESIA que as atuais “medidas de austeridade não facilitam o empreendedorismo”.

As dificuldades das “pequenas empresas” são visíveis e a “impossibilidade do acesso ao crédito” não facilitam nada, sublinhou a coordenadora nacional da Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC), organismo que hoje reúne a sua equipa executiva.

Em relação à greve geral convocada para quinta-feira, Fátima Almeida referiu que esta “pode não ser a solução, mas a verdade é que existe necessidade das pessoas terem uma intervenção, espaço de debate e participação cívica”.

A doutrina social católica reconhece a legitimidade da greve quando se apresenta como “recurso inevitável, senão mesmo necessário”, tendo em vista um “benefício proporcionado”, como se pode ler no Catecismo da Igreja.

Compêndio da Doutrina Social da Igreja assinala que “a greve, uma das conquistas mais penosas do associativismo sindical, pode ser definida como a recusa coletiva e concertada, por parte dos trabalhadores, de prestarem o seu trabalho, com o objetivo de obter, por meio da pressão assim exercida sobre os empregadores, sobre o Estado e sobre a opinião pública, melhores condições de trabalho e da sua situação social”.

Segundo a coordenadora da LOC/MTC, as medidas aplicadas em Portugal, até ao momento, “não deram resultado” e “não se vislumbram melhores dias”.

O desenvolvimento deve assentar nos “valores da solidariedade, da partilha e da participação cívica” e “ter uma atenção permanente ao meio ambiente”, acrescentou.

Fátima Almeida pede também que os cidadãos sejam “mais auscultados” sobre os destinos da nação e “não apenas os políticos e banqueiros”.

A LOC/MTC promoveu dois encontros interdiocesanos no centro e sul do país e este domingo realiza-se o encontro da zona norte (Braga) com uma reflexão de Abel Pinto, economista e membro da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Coimbra, para “aprofundar e procurar respostas para as situações “de desemprego massivo e de trabalho cada vez mais precário e mercantilizado”.

LFS/OC

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