Igreja/Sociedade: Vila Real lançou reflexão histórica sobre «100 anos na vida de uma diocese»

Três colóquios vão «aprofundar» o contexto da criação da Diocese de Vila Real

Vila Real, 19 abr 2021 (Ecclesia) – A Diocese de Vila Real promoveu este sábado o colóquio ‘Do Reino à República: uma nova igreja num país em transformação’, o primeiro dos que estão previstos para assinalar o seu centenário, numa iniciativa que decorreu online.

O bispo diocesano, D. António Augusto Azevedo, sublinhou que o primeiro de três colóquios procurou dar a conhecer o pano de fundo político, social, económico e eclesial no qual se enquadra a génese da diocese e “intentar na resposta da Igreja aos desafios globais”, explica a Comissão Diocesana do Centenário, refere um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

Os colóquios temáticos têm como objetivo aprofundar, “de forma sistemática”, o contexto da criação da Diocese de Vila Real, no contexto do centenário da sua criação, que se vai celebrar em 2022.

“[100 anos] Não é muito tempo, mas é, certamente, tempo mais do que suficiente para evocar a memória de um percurso vivido, reconhecer-se nesse percurso e também perspetivar o seu futuro”, disse o padre Adélio Abreu, investigador do Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR), da Universidade Católica Portuguesa.

A Comissão Diocesana do Centenário da Diocese de Vila Real explica que solicitou ao CEHR que investigasse e organizasse cientificamente os três encontros.

Armando Malheiro da Silva procurou fazer uma “resenha histórica do final do século XIX e inícios do século XX”, a partir do tema ‘Portugal na conjuntura de 1890 a 1926’; na segunda intervenção, Sérgio Ribeiro Pinto, apresentou o ‘Catolicismo e Republicanismo para lá da Igreja Católica e da República’.

Segundo o comunicado, o inverstigador começou por “esmiuçar as diferenças e semelhanças” entre republicanismo e catolicismo, depois “compreender o catolicismo no período adjacente à criação da nova diocese”; numa terceira e última parte, incidiu sobre “os mecanismos de estruturação financeira”.

O colóquio contou também com a mesa-redonda ‘a diversidade de relações na construção da comunhão e missão’ onde foram apresentados testemunhos de “cristãos ligados à política, a instituições de caridade e às Misericórdias”, nomeadamente Elisabete Matos, do Conselho Pastoral da Paróquia de Torgueda, Henrique Oliveira, presidente da Cáritas Diocesana, e Altamiro Claro, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Valpaços.

A Diocese de Vila Real foi criada pelo Papa Pio XI pela Bula ‘Apostolicae Praedecessorum Nostrorum’, de 20 de abril de 1922, com paróquias da Arquidiocese de Braga (166) e das Dioceses de Lamego (71) e de Bragança (19), ficando com os limites do distrito de Vila Real.

A superfície da Diocese de Vila Real é de 4.273,20 km2 e tem 264 paróquias;  o primeiro bispo diocesano foi o D. João Evangelista Vidal (1923-1933), seguindo-se D. António Valente da Fonseca (1933-1967), D. António Cardoso da Cunha (1967-1991), D. Joaquim Gonçalves (1991-2011), D. Amândio José Tomás (2011-2019), e D. António Augusto Azevedo.

CB/OC

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