Igreja/Sociedade: «Testemunho» é forma de propor cultura vocacional aos adolescentes e jovens (c/vídeo)

«Fala-se de vocação através do testemunho alegre de casais, padres, freiras, de religiosos, religiosas» – diácono António Ribeiro de Matos

Lisboa, 19 abr 2021 (Ecclesia) – A irmã Sophie Alves, da Congregação da Aliança de Santa Maria, e o diácono António Ribeiro de Matos, do Patriarcado de Lisboa, afirmam que é a partir do “testemunho” que se propõe uma cultura vocacional aos adolescentes e jovens.

“Cada vez mais é preciso que o nosso testemunho enquanto consagradas, consagrados, padres, possa ser um testemunho de totalidade, de entrega de vida, e é isso que atrai os jovens de hoje”, disse à Agência ECCLESIA a irmã Sophie Alves.

“Fala-se de vocação através do testemunho alegre de casais, padres, freiras, de religiosos, religiosas. Gente que se entrega toda a Deus para sonhar os sonhos de Deus e descobre uma alegria que não vem de mais lado nenhum a não ser dele e não se encontra em mais lado nenhum”, acrescentou o diácono António Ribeiro de Matos.

A irmã Sophie Alves refere que, hoje, propor ser cristão “é propor a radicalidade da vida cristã”, propor a radicalidade de Deus e de seguir Deus na vida “seja em que contexto for, sendo jovem, adolescente, criança”.

“É mais preciso que cada jovem possa sentir que é também chamado a esta totalidade, a esta radicalidade na sua própria vida, no seu contexto, com aquilo que ele é”, salientou a religiosa, que começou a discernir sobre a sua vocação quando foi convidada para o grupo de jovens para ir tocar guitarra na Missa, deixando uma vida mais dedicada aos amigos, às festas, à diversão e ao futsal.

A entrevistada, natural da Paróquia da Silveira (Torres Vedras), está na Congregação da Aliança de Santa Maria há 10 anos, e sente que a sua vocação à vida consagrada “é a que mais deixa feliz, a vocação que mais preencheu” e este ano vai celebrar os seus votos perpétuos num “sim total, um sim final”.

O diácono António Ribeiro de Matos, do Patriarcado de Lisboa, realça a capacidade de perceber-se que “a vocação é um caminho de alegria”, de seguir Jesus e que caminham com ele, referindo que a vocação “não é um envelope fechado” que chega a casa e “Deus fica de mão e pés atados” em caso de engano.

O futuro padre entrou para o seminário em 2012, depois de um acidente de viação no verão do ano anterior que motiva a aprofundar o tema do sacerdócio, “questões que estavam ali de lado e tinha medo de mexer”, e em 2017 saiu porque “não fazia sentido continuar a caminhar com tantas dúvidas”.

“Tive esta saída por dúvidas no percurso que estava a fazer mas pude experimentar a fidelidade de Deus. Deus não desiste de mim, como não desistiu de ninguém, e saibamos acolher o sonho que tem para nos propor”, acrescentou, em entrevista emitida hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).

Este domingo, a Igreja Católica em Portugal começou a celebrar a 58ª Semana de oração pelas Vocações, com o tema ‘São José: o sonho da vocação’, até ao IV domingo da Páscoa, Domingo do Bom Pastor, 25 de abril em 2021.

A Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios (CEVM) preparou um conjunto de propostas de oração e divulgação, disponíveis online, propondo que em cada dia da semana se reze por uma vocação específica: matrimónio, leigos consagrados, missionários, sacerdotes e vida religiosa (ativa e contemplativa).

A 19 de março, o Papa Francisco publicou a sua mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, apresentando a figura de São José como modelo de paternidade e fidelidade a Deus, no ano especial que lhe decidiu dedicar, por ocasião do 150.º aniversário da sua declaração como padroeiro da Igreja universal.

No âmbito da Semana de oração pelas Vocações 2021, o programa ECCLESIA, na rádio Antena 1 (22h45), vai partilhar ao longo da semana histórias do novo Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo, na Diocese de Bragança-Miranda.

PR/CB/OC

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