«Domingo do Mar»: Vaticano lança alerta em defesa de tripulações

Papa manifesta «estima e reconhecimento» pelo trabalho dos marinheiros

 

Cidade do Vaticano, 10 jul 2022 (Ecclesia) – O Vaticano lançou um alerta em defesa das tripulações marítimas em todo o mundo, rejeitando quaisquer medidas que impeçam o seu desembarque, no contexto do combate à pandemia de Covid-19.

Na mensagem para o Dia do Mar 2022, que se celebra hoje, o cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, destacou que muitos tripulantes, mesmo vacinados, não têm o direito de desembarcar, falando numa “discriminação tão injusta quanto imoral” por parte dos governos e das companhias de navegação.

“Vários governos e companhias de navegação ainda se recusam a permitir que os marinheiros desembarquem. Para piorar a situação, alguns marinheiros podem ir à terra se tiverem a ‘cidadania adequada’. Essa discriminação é tão injusta quanto imoral. Todos nós devemos lembrar que a dignidade inata dos marinheiros como seres humanos deve ser respeitada”, escreve.

Após evocar o “trabalho essencial de mais de um milhão de marinheiros que, todos os dias do ano, trabalham em navios que transportam mercadorias ao redor do mundo”, o colaborador do Papa alerta para o impacto, no setor, das recentes crises globais.

“Com a guerra na Ucrânia, os navios enfrentam agora a árdua tarefa de navegar através das minas no Mar Negro e no Mar de Azov. Muitos navios afundaram-se e muitas vidas foram perdidas durante essa guerra injusta e imoral. Devido à pandemia global, mais de 400 mil marítimos ficaram retidos a bordo, impossibilitados de deixar o navio no final do contrato e voltar para casa para as suas famílias”, elenca.

O cardeal Czerny entende que, neste contexto, as companhias receberam os ganhos, “enquanto os marinheiros e suas famílias pagam o preço”.

O Domingo do Mar é celebrado anualmente no segundo domingo do mês de julho, nas comunidades católicas, homenageando os marinheiros e pescadores, além dos capelães e voluntários da ‘Stella Maris’ – o Apostolado do mar.

OC

No Vaticano, após a recitação do ângelus, o Papa rezou hoje profissionais que se encontram bloqueados em zonas de guerra, “para que possam voltar a casa”.

“Recordemos todos os marinheiros, com estima e reconhecimento, pelo seu trabalho precioso, bem como os capelães e voluntários do Stella Maris”, declarou, desde a janela do apartamento pontifício.

Notícia atualizada às 11h18

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