Bispos católicos associam-se ao Dia da Europa e lembram «panorama internacional marcado por múltiplas crises»
Bruxelas, 09 mai 2025 (Ecclesia) – A Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) assinala o Dia da Europa, que se comemora a 9 de maio, com uma mensagem onde lembra que é “um defensor global da paz e do desenvolvimento sustentável no mundo”.
“Reafirmamos o nosso compromisso com uma União Europeia forte e influente, alicerçada nos seus valores fundamentais de respeito e promoção da dignidade de todos os homens e mulheres, paz e solidariedade. Encaramos a UE como um defensor global da paz e do desenvolvimento sustentável no nosso mundo, especialmente no atual panorama internacional marcado por múltiplas crises”, escreve a COMECE, na mensagem publicada na sua página na internet.
Neste Dia da Europa 2025, a Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia renova também o compromisso de “revitalizar os ideais fundadores da UE”, apelam a todas as pessoas de boa vontade para que “contribuam para a sua melhoria, lutando por uma Europa mais unida e centrada nos cidadãos”, capaz de responder eficazmente aos desafios do atual momento histórico complexo, “servindo de farol de esperança e solidariedade para todo o mundo”.
“O nosso apelo estende-se aos chefes de Estado e de Governo dos Estados-Membros da UE, exortando-os a dar um novo fôlego ao projeto europeu. Acreditamos que esta revitalização exige uma partilha progressiva de mais competências e um empenho total em colmatar as lacunas que ainda persistem”, acrescenta.
Os bispos católicos da União Europeia realçam que para os “pais fundadores da UE”, o destino da Europa “não era apenas para si própria”, mas estava intrinsecamente ligado ao resto do mundo, por isso, redescobrir o seu espírito é crucial hoje, “num contexto internacional cada vez mais marcado pelo declínio do diálogo, pela erosão do multilateralismo e por conflitos persistentes”.
“Sonhamos com uma Europa que defenda a paz e a promoção dos direitos fundamentais como sua missão central. Aspiramos que a Europa realize o seu potencial para resolver conflitos violentos e inspirar esperança para a paz, agindo como uma força unida, fiável e integradora.”
A Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia lembra a invasão russa da Ucrânia, que começou 24 de fevereiro de 2022, “reintroduziu tragicamente a guerra” no continente Europeu, “pondo em risco o significado duradouro do projeto” que teve início com a Declaração Schuman.
“Embora reconheçamos que a União Europeia não é isenta de imperfeições, também reconhecemos o seu valor: a promoção da paz, da justiça social e da prosperidade dentro e fora das suas fronteiras”, observa.
A COMECE recorda a histórica Declaração Schuman [Robert Schuman, ministro francês dos Negócios Estrangeiros] de 1950, que introduziu uma “visão transformadora da cooperação política na Europa”, concebida para tornar praticamente impossível a guerra entre as nações europeias, e assinala que quase 75 anos depois “o seu espírito continua válido e virado para o futuro”.
Os bispos católicos da União Europeia destacam que o Papa Francisco descreveu a UE como “uma promessa de paz” e “uma fonte de desenvolvimento” – não só para a Europa, mas para o mundo – se redescobrir a sua essência como comunidade, e São João Paulo II, abraçou a visão dos pais fundadores da UE, ao explicar que “dizer Europa deve ser equivalente a dizer abertura”.
A Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia integra delegados de todos os Estados-Membros da União Europeia; foi criada em 1980, com a aprovação da Santa Sé, para representar os episcopados católicos junto das instituições comunitárias; promove o diálogo com as instituições da UE, visando promover “o bem comum e uma abordagem centrada no ser humano”.
CB/OC