Igreja/Sociedade: Santa Teresinha do Menino Jesus «uma figura de alcance universal», comemorada pela UNESCO

Padre Joaquim Teixeira fala em «ensinamento» que pode inspirar todas as pessoas

Foto: Agência ECCLESIA/CB

Fátima, 23 abr 2024 (Ecclesia) – O padre Joaquim Teixeira, carmelita descalço, destacou que Santa Teresinha do Menino Jesus “tem um ensinamento para todo o ser humano à face da Terra”, um reconhecimento da UNESCO (Nações Unidas), ao incluí-la nas sua comemorações de aniversários.

“Um dos títulos que lhe atribui é que ela é uma irmã universal. Irmã não no sentido religioso como nós entendemos, porque a Unesco é uma entidade meramente civil, sem conotação religiosa, mas esta entidade, reconhece que Teresa tem um ensinamento para todo o ser humano à face da Terra, e isto dá-lhe uma capacidade de estabelecer pontes”, disse o sacerdote Carmelita, à Agência ECCLESIA, este sábado, no II Congresso de Santa Teresinha.

Santa Teresinha de Lisieux (1873-2023) foi incluída no calendário dos aniversários 2022/2023 da UNESCO, a organização das Nações Unidas assinalou o 150º aniversário do nascimento da monja francesa: “A celebração deste aniversário irá contribuir para trazer maior visibilidade e justiça às mulheres que promoveram, através das suas ações, os valores da paz”; a candidatura foi apresentada pelo Estado francês e pela Basílica de Lisieux.

O padre Joaquim Teixeira, sobre a capacidade de Santa Teresinha estabelecer pontes, destaca o “exemplo muito bonito” que acontece no Cairo (Egito), país maioritariamente muçulmano, onde os Carmelitas têm um santuário dedicado à santa francesa que recebe “muitos muçulmanos” para rezar.

“Ou seja, identificam-se com esta figura, vêm rezar, sem problema nenhum, sem problema de estar ali a fazer atropelos à sua fé, mostrando assim que Teresinha abre os braços a todos os crentes e não crentes”, desenvolveu, lembrando que no seu tempo Teresinha começou a experimentar o que seria “o ateísmo moderno, já estava a desenvolver-se” no seu tempo.

“E Teresinha diz, mas ‘eu não vou ficar de fora, eu vou comungar com eles essa ausência de Deus’, para fazer o caminho com eles e para os poder resgatar dessa situação. Portanto, é uma comunhão profunda que ela faz com o mundo da incredulidade mostrando-nos assim uma figura universal”, acrescentou o sacerdote.

Neste sentido, segundo o padre Joaquim Teixeira, “a Unesco captou isso muito bem” e, por isso, considera Santa Teresinha do Menino Jesus “como mulher de cultura, tem uma visão ampla do que é cultura”.

“Às vezes, nós restringimo-la a acumular conhecimentos, não. Ser profundamente culto é ter esta sintonia com os anseios da humanidade inteira e ajudar a humanidade a fazer caminho no sentido da libertação, no sentido da fraternidade universal”, realçou.

Realçando que o Papa Francisco também “gosta também tanto de Santa Teresinha, porque ela traz um contributo muito específico para esta temática”, o padre Joaquim Teixeira recorda que Teresinha de Lisieux é uma “santa jovem”, entrou para a clausura do Carmelo com 15 anos, “com um pedido que fez ao Papa (Leão XIII), que abriu essa exceção para que ela pudesse entrar tão jovem”, e faleceu com 24 anos.

O Papa Francisco publicou um documento sobre Santa Teresinha, a Exortação Apostólica C’est la confiance’ (é a confiança), a 15 de outubro 2023; para o padre Renato Pereira, que no congresso apresentou ‘o lugar de Teresinha na Igreja’, esta exortação “teve um papel de voltar a lembrar a proposta de Teresinha a toda a Igreja”.

“O Papa João Paulo II tinha declarado Teresinha ‘Doutora da Igreja’, em 1997, muito sobre este ângulo da ciência do amor. O Papa Francisco acentua outra dimensão, que é a doutora da síntese, como aquela que vai ao essencial e propõe o essencial: O essencial é Jesus e o essencial é este amor a Jesus e aos outros e propô-lo de uma maneira bela e consegue propô-lo assim porque o vive e recebe esta graça de o viver”, desenvolveu o religioso Carmelita Descalço.

Em 2023, foram comemorados os 150 anos do nascimento e os 100 anos de beatificação de Santa Teresinha, no próximo ano, em 2025, são celebrados os 100 anos da sua canonização.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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