Diferenças remontam ao início do Cristianismo 14 de Nisan à primeira lua cheia da primavera, e agudizaram-se com introdução do calendário gregoriano

Lisboa, 19 abr 2025 (Ecclesia) – A Páscoa, maior festa do calendário cristão, que celebra a ressurreição de Cristo, é celebrada em 2025 no mesmo dia, por todas as Igrejas e comunidades cristãs, devido à coincidência astronómica entre os calendários gregoriano e juliano.
A Páscoa é sempre celebrada numa data diferente, ano após ano, no calendário católico, seguindo uma tradição que remonta ao século IV e implica cálculos astronómicos.
A celebração tem as suas raízes na saída do Povo de Israel do Egito, relatada no livro bíblico do Êxodo, e estava ligada a um calendário lunar, não ao atual calendário solar de 12 meses: nos primeiros séculos, as Igrejas do Oriente celebravam a Páscoa como os judeus, no dia 14 do mês de Nisan, ao passo que as do Ocidente a celebravam sempre ao domingo.
O Concílio de Niceia, no ano 325, apresentou prescrições sobre o prazo dentro do qual se pode celebrar a Páscoa (22 de março a 25 de abril).
Estas datas têm como referência, na maior parte dos países, o chamado ‘calendário gregoriano’, introduzido em 1582 pelo Papa Gregório XIII.
As Igrejas de rito bizantino, contudo, seguem até hoje o ‘calendário juliano’, calendário solar criado em 45 a.C. pelo imperador romano Júlio César e no qual o Concílio de Niceia se baseou.
Embora os calendários sejam diferentes, os cálculos são os mesmos: primeiro domingo depois da lua cheia que se segue ao equinócio da primavera.
A Páscoa é a festa central dos cristãos e já no século II há notícia da sua celebração anual; responsáveis das várias Igrejas, incluindo o Papa, manifestaram o desejo de que seja possível encontrar uma data fixa para a sua celebração.
Em janeiro deste ano, Francisco convidou as Igrejas cristãs a definir uma data comum, 1700 anos depois do Concílio de Niceia.
“Este ano, a Páscoa será celebrada no mesmo dia tanto no calendário gregoriano como no juliano. Renovo o meu apelo para que esta coincidência sirva de estímulo a todos os cristãos para darem resolutamente um passo rumo à unidade, em torno duma data comum para a Páscoa”, declarou, na tradicional oração de vésperas da solenidade da Conversão do Apóstolo São Paulo, assinalando a conclusão da 58ª Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (18-25 de janeiro).
Francisco assumiu que “a Igreja Católica está disposta a aceitar a data que todos queiram assumir, uma data da unidade”.
OC